Belle toujours e a eloquência do silêncio: considerações sobre o épico no filme de Manoel de Oliveira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Romão, Moisés Henrique Mietto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182537
Resumo: O cineasta português Manoel de Oliveira (1908-2015) é reconhecido mundialmente pela sua estética cinematográfica singular. Uma de suas principais características é a relação intrínseca que os seus filmes ostentam com as artes de uma forma geral, como a pintura, o teatro, a literatura, a arquitetura, a escultura, a música e o próprio cinema. Do teatro podemos notar o peso da palavra proferida. Com mais de 50 filmes em sua carreira – longas, médias e curtas-metragens –, o realizador nos presenteou com diálogos antológicos que nos instigam a refletir sobre os mais variados dilemas que perturbam o ser humano. Além disso, a sua distinta estética apresenta traços épicos que causam um distanciamento entre o espectador e o que é mostrado na tela, já que, muitas vezes, seus filmes se mostram realmente como filmes, como espetáculos. Tendo isso em mente, e sublinhando alguns filmes em que os diálogos são imprescindíveis, como em Um filme falado (2003) ou em O gebo e a sombra (2012), para citar apenas dois, é interessante examinar a eloquência do silêncio em Belle toujours (2006), obra em que os diálogos existem e são importantes, mas que recorre à quietude das personagens, em planos fulcrais, para sugerir um significado maior do que aquele que qualquer palavra seria capaz de indicar. Outrossim, a mise-en-scène é composta por elementos expressivos e muito significativos, os quais parecem gritar e dar voz à mudez. Em vista desse silêncio que causa estranheza a nós, espectadores, e que se mostra significativo, o presente trabalho pretende analisar como se dará a sua eloquência no filme em questão, o qual atinge o seu ápice em um jantar taciturno das personagens protagonistas.