Níveis séricos do lactato como preditores de morte no choque séptico em recém-nascidos prematuros.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Isadora Pimentel de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154842
Resumo: Introdução: O choque séptico é uma importante causa de morbimortalidade em recém-nascidos prematuros. O lactato vem sendo estudado como marcador diagnóstico e prognóstico do choque, mas os estudos no período neonatal são escassos. Objetivo: Investigar se os níveis séricos de lactato podem predizer o risco de morte em prematuros com choque séptico. Métodos: Estudo retrospectivo, longitudinal, realizado na UTI Neonatal do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Botucatu no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2016, após aprovação do CEP. Foram incluídos todos os prematuros menores que 37 semanas, internados na UTI, com mais de 72 horas de vida, que apresentaram diagnóstico de choque séptico e dosagem do lactato sérico nas primeiras 48 horas do choque. Foram excluídos aqueles com malformações múltiplas, infecções congênitas e erros inatos do metabolismo. Variáveis estudadas: maternas, gestacionais, neonatais, agente etiológico e dosagem do lactato. Os prematuros foram comparados em dois grupos: sobrevida e óbito. Desfecho: óbito. Análise estatística: testes paramétricos e não paramétricos com significância estatística se p<0.05. Acurácia do lactato: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo. Resultados: Dentre os 456 prematuros sobreviventes por mais de 72 horas, 130 apresentaram sepse tardia (28,5%) e destes, 36 choque séptico (28%). A mortalidade no choque foi de 42%. A positividade em hemocultura foi de 36% com predomínio de Gram-positivos no grupo sobrevida e de Gram-negativos no grupo óbito. A comparação entre os grupos sobrevida e óbito, respectivamente mostrou: idade gestacional 29,5sem vs 27,5sem (p=0.05); peso de nascimento 950g vs 900g (p=0.386), idade no diagnóstico do choque 11 dias vs 7 dias (p=0.071), uso de drogas vasoativas 52% vs 93% (p=0.011). Os níveis de lactato foram maiores no grupo óbito (1,2mmol/L vs 1,7 mmol/L; p=0.043). O lactato  4mmol/L apresentou boa acurácia na predição de morte diretamente relacionada ao choque (89%) com baixa sensibilidade, 33%, mas com especificidade e valor preditivo positivo de 100% e valor preditivo negativo de 88%. Conclusão: A incidência e mortalidade do choque séptico em prematuros foram altas, sendo os muito prematuros e os de extremo baixo peso os mais acometidos. Valores de lactato  4 mmol/L apresentaram boa acurácia na predição de morte, alta especificidade e alto valor preditivo positivo.