Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Vilela, Gabriela Jaqueline Domingues [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/150839
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Resumo: |
A escola é o local onde os adolescentes passam boa parte do tempo, desta forma, a instituição assume grande responsabilidade na formação destes jovens. A adolescência é um período de intensas mudanças no âmbito físico, psicológico e social, e o ambiente escolar, muitas vezes não está preparado para lidar com esse adolescente, cheio de questionamentos e anseios e, transgressor de regras. A instituição escolar, com suas normas e regras, tenta adequar os corpos e silenciar determinados assuntos, como é o caso da sexualidade. O jovem, que não encontra espaço para falar sobre o tema, procura outra maneira de se expressar, uma delas é a confecção dos grafitos de conotação sexual. Eles podem ser vistos nos mais variados espaços: paredes, banheiros, vidros e nas carteiras escolares, onde os estudantes desenham, escrevem e revelam seus anseios, angústias, preconceitos e dúvidas. O nosso objeto de estudo são os grafitos inscritos nas carteiras escolares, eles representam um importante meio de comunicação, onde se dá as manifestações sexuais. Os objetivos desta pesquisa foram descrever e analisar as representações sexuais de estudantes de uma escola pública do interior do Estado de São Paulo, a partir da expressão gráfica em suas carteiras. Este é um trabalho descritivo-exploratório, de cunho qualitativo, no qual utilizamos a análise de conteúdo como metodologia para a análise dos dados. A coleta do material ocorreu por meio de registros fotográficos dos grafitos encontrados nas carteiras, entre os meses de agosto e dezembro de 2015. Os grafitos foram feitos por alunos na faixa etária dos 11 aos 17 anos, que cursavam do 6º ano do Ensino Fundamental II à 3ª série do Ensino Médio. Foram coletados 187 grafitos para a análise, sendo que 49% se enquadram na categoria “xingamentos”, na qual o destaque foi para o xingamento relativo a orientação sexual masculina: 21%. Práticas sexuais apareceram em 18% dos grafitos e os grafitos de órgãos genitais foram a terceira categoria com maior representatividade (14%). Estes resultados mostram como a homofobia, o machismo e o padrão heteronormativo, entre outros, são reproduzidos e assimilados no ambiente escolar (e fora dele), pelos estudantes. Este trabalho nos permitiu adentrar um pouco o universo adolescente e conhecer quais são suas concepções de sexualidade. Acreditamos que esta pesquisa é de grande importância para ajudar a compreender a vivência da sexualidade adolescente, além de fornecer subsídios para melhorar ou instituir programas em Educação Sexual nas escolas, utilizando como matéria-prima os registros desses jovens, e, com isso, formando cidadãos críticos e conscientes de sua sexualidade. |