Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Braga, Felipe Eduardo Lazaro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-16052019-123445/
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Resumo: |
A investigação apresenta os processos de aproximação do grafite e da arte urbana em direção aos espaços de legitimação da arte contemporânea museus, galerias, bienais, feiras, etc. Para tanto, a pesquisa considera as variáveis de recepção, produção, e institucionalização da linguagem ao longo de 40 anos de publicações sobre a temática, entre textos jornalísticos, acervos de museus e centros culturais que receberam exposições grafiteiras, e manifestações jurídicas ou oficiais atinentes ao objeto. O texto analisa as propriedades estéticas que a linguagem elabora para além da imagem imediatamente realizada, levando em consideração os aspectos agenciais de conquista dos espaços urbanos, e a localização cênica das intervenções responsáveis por evocar chaves semânticas de interpretação. A partir da composição figurativa e colorida, o grafite virtuoso desenvolve relações de pertencimento e entusiasmo com seus respectivos entornos vicinais, e passa a ser apoiado por parcela significativa da população, com repercussões sensíveis na administração oficial da visualidade coletiva. A gestão municipal, ao endossar políticas públicas de fomento à arte urbana, seleciona o tipo de imagem autorizada a reivindicar a atenção transeunte, hierarquizando as intervenções com base no respaldo jurídico de atuação. A despeito disso, a recepção crítica, especializada e erudita, ao contrário dos agregados de opinião majoritária, busca nos assaltos de rebeldia e agressividade o elemento de interesse e relevância que a linguagem desenvolve, e que a compatibiliza com a gramática de provocação do paradigma contemporâneo de arte. Nesse sentido, as instituições legítimas desenvolvem estratégias expográficas que, no plano discursivo e curatorial, aproximam a prática grafiteira das urgências do mundo da vida, negando, portanto, sua condição de mera imagem festiva e virtuosa. O acúmulo de prestígio e notoriedade que o grafite recolhe no trânsito institucional repercute significativamente na dinâmica da cidade, que passa a adotar os repertórios de conservação, curadoria e especulação artística característicos dos espaços de legitimidade. No plano metodológico, a linguagem da pichação será constantemente evocada como um contra-fato analítico, dado que o relativo parentesco agencial entre as duas práticas nos permite inferir algumas das especificidades do reconhecimento do grafite. |