Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Branco, Mauro Terra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154286
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Resumo: |
Objetivo: Avaliar a ocorrência da doença aterosclerótica e a sua associação com fatores de risco cardiovascular em mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama comparadas às mulheres sem câncer. Métodos: Realizou-se estudo clínico de corte transversal com 96 mulheres tratadas de câncer de mama comparadas a 192 mulheres na pós-menopausa (controle), com idades entre 45 e 75 anos. Foram incluídas no grupo principal mulheres com amenorréia > 12 meses e idade ≥45 anos, com diagnóstico histológico de câncer de mama, sem doença metastática e sem doença cardiovascular (DCV) estabelecida. O grupo controle foi constituído por mulheres com amenorréia > 12 meses, idade ≥45 anos, sem câncer de mama e DCV. Os grupos foram pareados por idade, tempo de menopausa e índice de massa corpórea (IMC) na proporção 1 caso para 2 controles, conforme cálculo amostral, com mínimo de 92 pacientes tratadas de câncer de mama. Dados clínicos e antropométricos (IMC e circunferência da cintura) foram coletados por meio de entrevista e exame físico. Para análise bioquímica foram solicitados colesterol total, HLD, LDL, triglicerídeos, glicose e insulina. A doença aterosclerótica foi determinada pela espessura do complexo médio-intimal (CMI > 1mm) das artérias carótidas e/ou pela presença de placa ateromatosa, avaliadas pela ultrassonografia carotídea (scanner duplex). Para análise estatística foram empregados: Teste t-student, Distribuição Gama (variáveis assimétricas), Teste do Qui-Quadrado, a Correlação de Pearson e Regressão Logística (odds ratio-OR). Resultados: A média de idade das pacientes tratadas de câncer de mama foi de 59,8 ± 9,0 anos com tempo médio de seguimento de 4,2 ± 2,0 anos. Na comparação entre os grupos, mulheres tratadas de câncer de mama apresentaram valores médios elevados da pressão sistólica e distólica (p<0.001), e valores médios de triglicerídeos e glicose, acima dos valores desejáveis (p<0.05). Foi observado maior ocorrência de diabetes e síndrome metabólica entre as mulheres tratadas de câncer mama quando comparadas ao controle (19,8% vs 6,8% e 54,2% vs 30,7%, respectivamente) (p<0.05). Na avaliação ultrassonográfica da aterosclerose subclínica (CMI > 1 mm) não foi observada diferença significativa entre os grupos, apenas uma tendência a maior ocorrência no grupo câncer de mama quando comparado ao controle (26,0% vs 18,7%, respectivamente, p=0.062). Entretanto quando analisada a presença de placas de ateroma nas artérias carótidas, pacientes tratadas de câncer de mama apresentaram maior ocorrência quando comparadas ao grupo controle (19,8% vs 9,4%, respectivamente) (p=0.013). Nas mulheres tratadas de câncer de mama foi observada correlação positiva significativa entre a medida do CMI com a idade (r=0.37), tempo de menopausa (r=0.22), uso de inibidor da aromatase (r=0.27) e com a presença de placa ateromatosa (r=0.80). Na análise de risco ajustado para idade, tempo de menopausa e IMC, as mulheres tratadas de câncer de mama apresentaram risco 2.4 vezes maior para ocorrência de placa ateromatosa (OR=2.42; IC 95% 1.18 - 4.93, p=0.033) quando comparadas as mulheres sem câncer. Conclusão: Mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama apresentaram maior risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica, associado à maior ocorrência de fatores de risco cardiovascular como a síndrome metabólica, o diabetes e a hipertrigliceridemia, quando comparadas a mulheres na mesma faixa etária sem câncer. |