Vitamina D e a sobrevida de mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida Filho, Benedito De Sousa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214159
Resumo: Objetivo: Investigar a associação entre os valores séricos de vitamina D (VD) no momento do diagnóstico do câncer de mama e a sobrevida em mulheres na pós-menopausa. Métodos: Trata-se de coorte prospectiva de centro único. Foram incluídas pacientes recém-diagnosticadas com câncer de mama invasivo entre 2014 a 2016, com idade ≥ 45 anos e amenorreia ≥ 12 meses, e dosagem de VD no momento do diagnóstico, antes de qualquer tratamento do câncer. As pacientes foram classificadas de acordo com valores séricos de 25-hidroxivitamina-D [25(OH)D] em três grupos: suficiente (≥ 3 ng/mL), insuficiência (entre 20-29 ng/mL) e deficiência (< 20 ng/mL). Foram coletados dados clínicos e anatomopatológicos. Curva de Kaplan-Meier e modelo de regressão de Cox foram empregados para avaliar a associação entre valores de 25(OH)D e a sobrevida global, sobrevida específica do câncer e sobrevida livre de doença. Resultados: Foram incluídas 192 mulheres com média de idade no diagnóstico de 61,3 ± 9,6 anos, valor médio de 25(OH)D de 25,8 ng/mL (variando de 12,0-59,2 ng/mL) e seguimento entre 54 – 78 meses. Valores suficientes de VD foram detectados em 65 pacientes (33,9%), insuficientes em 92 (47,9%) e deficientes em 35 (18,2%). Pacientes com insuficiência e deficiência de 25(OH)D apresentaram maior proporção de tumores de alto grau, localmente avançado e com metástase à distância, linfonodos axilares positivos, receptores de estrogênio (RE) e de progesterona (RP) negativos e índices altos de Ki67 (p<0.05). O tempo médio de sobrevida global foi de 54,4 ± 20,2 meses (variação de 9-78 meses) e 51 pacientes (26,6%) foram a óbito. Pacientes com deficiência e insuficiência de VD apresentaram pior sobrevida global em comparação às pacientes com valores suficientes (p<.0001 e p=0.004, respectivamente). Fatores que influenciaram significantemente a sobrevida foram: idade, estágio e tamanho do tumor, status linfonodal, RE e RP e valores de VD. Após ajustes para essas variáveis, pacientes com valores de 25(OH)D deficientes ou insuficientes no momento do diagnóstico apresentaram risco significativamente maior de mortalidade global (HR 4,65, IC 95% 1,65-13,12), maior risco de recorrência da doença (HR 6,87, IC 95% 2,35-21,18) e maior risco de morte pela doença (HR 5,91, IC 95% 1,98 -17,60) que aquelas com valores suficientes. Conclusão: Em mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama, a deficiência de vitamina D no momento do diagnóstico associou-se independentemente a menor sobrevida global, sobrevida livre de doença e sobrevida específica pelo câncer em comparação às pacientes com valores suficientes de vitamina D.