Trupe Maluko Beleza: percursos e sentidos de uma oficina de teatro no campo da saúde mental

• Ano de defesa: 2009
• Autor(a) principal: Caldeira, Liége Ricci Martins [UNESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Psicologia; Saude mental; Psychosocial care; Mental health
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/97619

O objetivo do presente estudo é refletir sobre alguns impactos que uma oficina de teatro – desenvolvida com usuários de um Hospital-Dia, localizado na cidade de Presidente Prudente-SP, Brasil – tem produzido em um grupo de teatro, denominado Trupe Maluko Beleza. No contexto da Reforma Psiquiátrica brasileira e, mais especificamente, no campo da Atenção Psicossocial, o objetivo da atenção e das ações de cuidado é voltado para a existência-sofrimento do sujeito. O cuidado da pessoa que sofre é realizado por intermédio de uma multiplicidade de ações e de estratégias diferenciadas, nos espaços sociais, com a finalidade de propiciar sua emancipação e autonomia, isto é, seu reposicionamento como sujeito, considerado em sua dimensão subjetiva e sociocultural. Desse modo, os serviços de saúde mental têm-se utilizado das oficinas terapêuticas, entre as quais a oficina de teatro, como um valioso recurso no atendimento clínico-institucional. No contato com a arte cênica, o ator vive diversos personagens e, por meio deles, experimenta outras possibilidades de vida. Pensamos que os encontros dessa oficina têm ampliado a oportunidade de trocas dos usuários e, portanto, ela se tornou um dispositivo para romper com os efeitos do modelo hospitalocêntrico, porque proporciona aos seus participantes um lugar, um espaço de convivência e de continência ao desejo e à autonomia, metas aspiradas pela Atenção Psicossocial. Em síntese, observamos que esse recurso é uma potente estratégia para a construção do acolhimento do usuário, de modo a proporcionar-lhe a habitação de novos territórios existenciais, a produção de cuidado de si, contribuindo na constituição de sua subjetividade e na ruptura do estigma de loucos, improdutivos, irracionais e incapazes.