Percursos formativos na rede de atenção psicossocial: contribuições da educação permanente para o campo da saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Scafuto, June Corrêa Borges
Orientador(a): Saraceno, Benedetto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54360
Resumo: Este estudo consiste em uma análise exploratória do Projeto “Percursos Formativos na Rede de Atenção Psicossocial”. A pesquisa investigou se essa estratégia foi capaz de provocar mudanças no processo de trabalho em saúde mental, sob a perspectiva da atenção psicossocial. Apontou, ainda, as principais mudanças identificadas pelos participantes, bem como as potencialidades e dificuldades do projeto. O estudo baseou-se nos dados dos sistemas de informação do Ministério da Saúde e em questionários respondidos pelos participantes, configurando um estudo de métodos mistos, em duas dimensões: a primeira, qualitativa, é um estudo de frequências dos procedimentos registrados pelos Centros de Atenção Psicossocial. Para essa dimensão fez-se uso da estatística descritiva. A segunda, qualitativa, constituiu-se pela análise dos questionários respondidos pelos participantes. O material foi examinado com base na análise de conteúdo temática e nos pressupostos teóricos da atenção psicossocial e da educação permanente. Ao todo, a pesquisa envolveu 86 Redes e 253 participantes. Os achados mostram que o Projeto foi, de fato, capaz de proporcionar mudanças no processo de trabalho das equipes, a partir da incorporação de diferentes ações do campo da atenção psicossocial, da diversificação de estratégias de cuidado e de dispositivos da Rede, bem como sua integração. O projeto contribui também para a desconstrução do estigma e preconceito e para uma nova perspectiva acerca dos processos de desinstitucionalização e cuidado em liberdade, além de despertar os trabalhadores para as questões ético-políticas do campo, produzindo militância. Entre os desafios estão a duração, distância da família, adaptação, financiamento, pouco envolvimento dos usuários, poucos momentos de debate e visitas superficiais. As potencialidades identificadas são as trocas de experiências, imersão nos serviços, convivência, diversidade e pluralidade dos participantes, oportunidade de conhecer novas práticas, serviços e seu funcionamento. Além disso, o projeto contribuiu para amadurecimento profissional dos participantes, segurança na atuação nos serviços e proporcionou o reconhecimento da importância do próprio trabalho.