Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Sartor, Nicelle Juliana de Paula [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151908
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Resumo: |
O campo da Saúde Mental no Brasil tem obtido avanços na concretização da Reforma Psiquiátrica com a publicação de Políticas Públicas, construção da Rede Substitutiva, auxílios financeiros, espaços de cultura e lazer e outros pautados na perspectiva da ampliação da autonomia e da cidadania das pessoas com transtornos mentais. O campo Trabalho aparece, a partir da III Conferência Nacional de Saúde Mental, como essencial para superar o antigo modelo asilar tornando os sujeitos em sofrimento psíquico protagonistas de suas vidas. No país estão cadastradas mais de mil experiências de geração de trabalho e renda em diferentes localidades e com diversas formas de organização do trabalho. Dadas essas experiências inovadoras, se pauta a importância de estudos que busquem compreender os aspectos que envolvem a inserção desses sujeitos no campo do trabalho. Este estudo tem como objetivo analisar o processo psicossocial de inserção no trabalho de um grupo de pessoas com transtornos mentais, vinculadas a uma Oficina de Geração de Trabalho e Renda. A perspectiva teórica é a Psicologia Histórico-Cultural, subsidiada pelos pressupostos do Materialismo Histórico e Dialético. A pesquisa foi realizada na Associação Arte e Convívio que atua na temática de trabalho para usuários de saúde mental desde 1995 na cidade de Botucatu. Para o trabalho de campo realizamos Observação Participante de uma oficina de geração de trabalho e renda, com nove participantes por um período de quatro meses. Foi realizado um Grupo Focal com os profissionais da instituição, com cinco participantes no primeiro encontro e quatro no segundo. Para análise dos dados fizemos leituras flutuantes de todo o material e o agrupamos em temas semelhantes fazendo uma descrição e escrita de impressões relativas aos trechos e, por fim, construímos três grandes temáticas: A organização da oficina de geração de trabalho e renda, O cotidiano do trabalho e O trabalho formal ou informal. Ao final da análise apresentamos uma síntese sobre os sentidos do trabalho para os trabalhadores da oficina. Utilizamos o conceito de vivência na perspectiva da psicologia histórico-cultural para nos auxiliar na compreensão dos dados encontrados. Observamos os usuários de saúde mental vivenciarem o pertencimento de outro lugar social, no qual são reconhecidos não a partir de sua condição de adoecimento, mas como trabalhadores. Neste sentido foi possível verificar a ampliação das trocas sociais, aumentando seu poder de contratualidade, seja nas relações do trabalho com os clientes, com outros usuários, com equipe da AAC, consigo mesmo ou em outros espaços acessando bens de consumo. Salientamos os desafios que este tipo de inserção no trabalho impõe aos trabalhadores, visto que apresenta limites dados pela própria atividade, seja em limitações no valor da bolsa-salário, por estarem inseridos no modo de produção capitalista à mercê de sua economia e das relações sociais produzidas nela. Apesar disso, percebemos que os sentidos atribuídos para essa vivência são muito positivos, contribuindo para a ampliação do desenvolvimento e potencialidades dos participantes. |