Qualidade da anticoagulação oral de pacientes com fibrilação atrial no HC-FMB-UNESP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Secco, Karina Nogueira Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153207
Resumo: Fundamento: A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia supraventricular caracterizada por uma completa desorganização na atividade elétrica atrial, fazendo com que os átrios percam sua capacidade de contração, não gerando sístole atrial. Sua prevalência aumenta com a idade e geralmente está associada a doenças estruturais cardíacas, trazendo prejuízos hemodinâmicos e complicações tromboembólicas. A anticoagulação oral (ACO) é capaz de prevenir os eventos tromboembólicos e sua monitorização é realizada através do INR (International Normalized Ratio). Objetivos: 1-avaliar a estabilidade do INR dos pacientes anticoagulados portadores de fibrilação atrial (FA) não valvar; 2- avaliar as complicações tromboembólicas ou hemorrágicas nestes pacientes; 3- identificar o subgrupo de maior risco para eventos tromboembólicos ou hemorrágicos. Casuística e Métodos: Foram revisados os prontuários médicos de 203 pacientes atendidos no ambulatório de anticoagulação da Disciplina de Cardiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP (HC-FMB-UNESP) no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2015, e calculado o tempo de permanência na faixa terapêutica (Time in Therapeutic Range – TTR), utilizando-se o método consagrado na literatura descrito por Rosendaal, uma interpolação linear para atribuir um valor de INR a cada dia do intervalo entre as aferições registradas. Resultados: O valor de TTR mediano foi de 53(10-88) e médio de 52,21%. Foram analisados os fatores que influenciaram o valor do TTR nesta população, sendo que os pacientes que apresentaram instabilidade do INR na fase de adaptação tiveram um TTR médio mais baixo (46,83%) que os pacientes sem instabilidade (53,88%). Em relação aos eventos (hemorrágicos ou tromboembólicos), 6,9% dos pacientes estudados sofreram eventos hemorrágicos e 8,4% sofreram acidente vascular cerebral (AVC). Foi também analisada a relação entre a ocorrência de eventos maiores (AVC e sangramento) e o valor do TTR, mostrando que o valor do TTR baixo (<60%) está associado à maior ocorrência de AVC, mas não houve significância estatística entre o valor do TTR e o risco de sangramentos. Aqueles pacientes que apresentaram instabilidade do INR na fase de adaptação foram identificados como um grupo de maior risco para a ocorrência de AVC e sangramentos. Conclusões: A qualidade da anticoagulação no ambulatório da Disciplina de Cardiologia do HC-FMB-UNESP é semelhante à qualidade dos centros de países em desenvolvimento. O grupo de pacientes que apresentou maior instabilidade do INR na fase de adaptação evoluiu com um TTR médio mais baixo durante o seguimento e apresentou 4,94 vezes mais chance de ter AVC e 3,35 vezes mais chance de ter sangramentos. Portanto, para este grupo de pacientes, seria adequada uma maior individualização na escolha da terapia anticoagulante, levando em conta o custo-benefício dessa iniciativa.