Luta de classes no ensino superior: desafios e contradições presentes no desenvolvimento da formação em agroecologia na universidade brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Troilo, Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/256616
https://orcid.org/0000-0002-0220-2322
Resumo: O objetivo deste trabalho foi investigar em que medida os desafios para a construção e desenvolvimento de propostas de graduação em agroecologia no ensino superior no Brasil se configuram como disputa de classes na universidade. Trata se de um estudo de caso onde investigou-se o Curso de Tecnologia em Agroecologia da Escola Latino Americana de Agroecologia e o Curso de Bacharelado em Agroecologia da Universidade Federal de São Carlos. Analisou-se o processo de construção dos cursos, o currículo e a implementação dos mesmos. A pesquisa realizada partiu de uma abordagem qualitativa, sendo utilizado como instrumentos para a coleta dos dados a pesquisa documental, a observação e a entrevista semiestruturada com docentes responsáveis pela construção e desenvolvimento inicial dos cursos. Quanto a pesquisa documental consultou-se os projetos político-pedagógicos dos cursos, a observação realizou-se através de visitas às escolas onde funcionam os mesmos. Os resultados encontrados mostram que os diferentes cursos analisados enfrentam desafios diversos quanto disputas que podem se caracterizar como disputa de classes. Quanto aos desafios colocados para a construção do curso de tecnologia em agroecologia organizado pelos movimentos sociais, pode se enumerar: o currículo, o financiamento público, a legitimidade de uma formação construída de fora para dentro da universidade; fragilidade dos programas de governo que mantém estes cursos, exemplo o PRONERA. Quanto ao curso regular de bacharelado em agroecologia na UFSCAR, os desafios constatados inscrevem entre a concepção e realização do projeto do curso no interior de uma universidade que historicamente esteve vinculada as elites. Constatou-se que a inserção da agroecologia no ensino superior gera tensionamentos na universidade entre os que tendem a direcionar a formação para adaptar-se à lógica de mercado, conquanto o ensino seja conformado à uma tendência tecnicista e empreendedora da lógica predominante no modelo atual de ensino superior; e os que buscam realizar uma formação mais humana e crítica capaz de produzir o conhecimento e formar os profissionais necessários à transição agroecológica dos sistemas produtivos e à transformação das condições de desenvolvimento do campo em nosso país.