A luta do “Oito de março” como espacialização emancipatória do debate feminista no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Witcel, Rosmeri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192084
Resumo: A questão que se propõe neste trabalho de pesquisa é entender a participação das mulheres na sociedade de classes, evidenciando a luta das mesmas contra as opressões a que são submetidas na sociedade dividida em classes que tem no ho-mem a medida de tudo, como um ser superior, que tem no branco um ser superior ao negro, que tem no patrão um ser superior ao trabalhador. As mulheres trabalha-doras que ingressam em um movimento social, e aqui estamos nos referindo ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), passam a se ver como sujei-tas e seres humanas coletivas. E por isso, o que refletimos aqui faz parte dessas sujeitas que mostram nos “Oito de março”, eventos anuais de paralização e mobili-zação das mulheres, a capacidade que têm em enfrentar o machismo, o patriarcado e o capital. Entende-se que esta luta está inserida numa dimensão mais ampla, com olhar de classes, sem que isso signifique a perda de sua particularidade. Para tanto, abordamos esta questão a partir do feminismo e a luta do “Oito de março” das mu-lheres Sem Terra de 2006 a 2019. Busca-se entender como as mulheres que fazem a luta pela terra enfrentando o grande latifúndio, fazem também a luta pela emanci-pação da mulher e defesa do território, do espaço e da vida. Neste aspecto, no MST, as lideranças têm afirmado que são as mulheres camponesas as principais guar-diãs da biodiversidade, da defesa do território, da agroecologia e da soberania ali-mentar. Ressalta-se que, historicamente ocorre uma invisibilidade social e política feminina que é transgredida nos movimentos sociais do campo. A presença de luta e de afirmação feminina é realizada com participação ativa na organização do mo-vimento social protagonizando a luta de classe numa perspectiva feminista. Em par-ticular, no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as mulheres di-namizam o processo pedagógico do enfrentamento ao agronegócio, ao latifúndio, ao capital estrangeiro, sem deixar de refletir e sistematizar, discutindo e evidencian-do as transformações nas relações de gênero externas e internas ao movimento.