Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Seco, Mariele [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151706
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Resumo: |
Esta pesquisa volta-se ao estudo dos aspectos culturais presentes nas expressões idiomáticas relacionadas a gastronomismos (EIGs) em português do Brasil. Correspondentes idiomáticos em francês da França são sugeridos para essas expressões constituídas por nomes de alimentos, com o fim de evidenciar que, por vezes, as diferentes culturas conferem ao léxico valores particulares a um povo, as chamadas cargas culturais partilhadas (CCPs), conceito criado por Galisson (1988). As expressões idiomáticas (EIs), entendidas como lexias complexas, indecomponíveis, conotativas e cristalizadas em um idioma pela tradição cultural (XATARA, 1998), podem gerar dificuldades na intercompreensão dos estrangeiros que não partilham de uma mesma cultura e, portanto, que não reconhecem suas referências extralinguísticas. Com isso, defende-se a difusão dos aspectos e das cargas culturais que essas expressões encerram em dicionários especiais bilíngues para aprendizes de língua estrangeira, que sejam úteis também para tradutores e demais consulentes. A hipótese delineada é a de que, uma vez que a cultura se revela nessas estruturas, cada povo apresenta um repertório específico de EIs, baseado em suas visões de mundo e, como consequência, as EIs correspondentes em outras línguas apresentariam diferenças substanciais na sua constituição e, por vezes, no uso. Contudo, a análise de um inventário de 111 EIGs em português do Brasil e 100 correspondentes idiomáticos em francês da França, resulta que, ao contrário do que se pensava, muitas EIs correspondentes apresentam semelhanças sintáticas e semânticas, fazendo uso, algumas vezes, dos mesmos referentes, porém, sustenta-se que as diferenças culturais ainda podem ser percebidas. Muitas vezes, ainda que o referente seja o mesmo, a CCP varia de uma língua para outra, podendo gerar incompreensão ou mal-entendidos quanto à significação das EIs. Para realização deste estudo, um banco de dados, o BD-CULTEIG, constituiu-se em uma primeira etapa, a fim de gerar um produto fraseográfico de caráter cultural, centrado nas expressões idiomáticas relacionadas a gastronomismos. A proposta do banco de dados não visa criar tão somente uma ferramenta de tradução, mas uma obra que auxilie na compreensão das EIs, com suporte à compreensão da cultura do outro, possibilitando sanar possíveis dúvidas quanto ao uso adequado dessas estruturas. Nele estão contidas as 111 EIGs do português do Brasil e 100 correspondentes em francês da França, seguidas de EIs sinônimas e variantes nas duas línguas, definição, exemplos-ocorrências coletados na web como corpus (Kilgarriff e Greffenstette, 2003), aspectos culturais e outras observações, que consistem em informações, quando necessárias, acerca do conteúdo semântico e uso dos idiomatismos. |