As personagens femininas nas obras de Nilma Lacerda: um diálogo entre literatura e direito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Domingues, Cecília Barchi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217536
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo apresentar reflexões acerca das relações que se estabelecem entre Literatura, Direito e vida social. Para a consecução deste objetivo, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção e do Efeito (JAUSS, 1994; ISER, 1979, 1999 e 1996) e da crítica feminista (SHOWALTER, 1984; ZOLIN, 2005), visou-se analisar se as obras juvenis de Nilma Gonçalves Lacerda estabelecem comunicabilidade com seu leitor implícito, suscitando interatividade na leitura; convocam à reflexão crítica; rompem com conceitos prévios, em especial acerca da escrita de autoria feminina e, assim, apresentam potencialidades que permitem a ampliação de horizontes de expectativa. Para tanto, tomou-se como objetos de estudo os seguintes livros de Lacerda: Sortes de Villamor (2010); Bárbara debaixo da chuva (2012); e Viver é feito à mão/Viver é risco em vermelho (2013). Justifica-se a eleição dessas obras, pois suas narrativas apresentam semelhanças paradigmáticas tanto na estrutura, quanto no tratamento de temas complexos, como preconceito relacionado a gênero, raça, crença, educação e condição social, exercendo, pela denúncia de realidades opressivas, função social (JAUSS, 1994). Seus protagonistas apresentam-se em fase de descobertas e definição da própria identidade, o que pode ser cativante para o jovem leitor, também em fase de formação identitária. Pela análise de seus enredos, pôde-se observar que discussões sobre gênero estão presentes na literatura juvenil, o que permite ao jovem leitor refletir sobre a vigência da legislação e sobre as diferentes problemáticas que sua ausência promove. Constrói-se a hipótese de que a leitura dessas obras de Lacerda (2010, 2012, 2013) pode atuar como uma ferramenta para humanização (CANDIDO, 1995), pelo fomento à reflexão crítica acerca das relações humanas em sociedade e sua relação com a efetivação de direitos e/ou sua privação.