A perspectiva da morte na obra infantojuvenil de Nilma Gonçalves Lacerda

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Cruz, Juliana Leopoldino de Souza
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Nilma Gonçalves Lacerda; Morte na Literatura; Literatura Infantojuvenil; Jovens – Livros e Leitura.
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182252

Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada sobre a obra infantojuvenil de Nilma Gonçalves Lacerda (1948), tendo por objetivos centrais apresentar um panorama geral de sua produção para crianças e jovens e discutir a representação da morte em algumas de suas narrativas. Propõe-se uma reflexão sobre como a perspectiva da morte está associada à ideia de transformação na vida das personagens, investigando as singularidades do projeto estético da escritora, que iniciou sua produção em 1985 e permanece em atividade até hoje. Na tese, procura-se ainda atentar para a questão da abordagem do tema da morte em obras voltadas a um público leitor específico, ainda jovem e em plena formação. As análises concentraram-se sobretudo no seguinte conjunto de narrativas: Manual de Tapeçaria (1985); Dois passos pássaros. E o voo arcanjo (1987); Viver é feito à mão. Viver é risco em vermelho (1989); Um dente de leite, um saco de ossinhos (2004); Bárbara Debaixo da Chuva (2010) e Sortes de Villamor (2010). O primeiro capítulo apresenta uma breve biografia da escritora e sua fortuna crítica, levando-se em conta também dados obtidos em uma entrevista realizada com Nilma Gonçalves Lacerda especialmente para a presente pesquisa. O segundo capítulo realiza uma abordagem panorâmica da literatura infantojuvenil brasileira contemporânea buscando situar a autora histórica e esteticamente nesse subsistema literário, com fundamentação teórica em textos de Antonio Candido, Regina Zilberman, Marisa Lajolo, Vera Teixeira de Aguiar, Edmir Perrotti, João Luís Ceccantini e Larissa W..F..Cruvinel. Além disso, apresenta um olhar sobre a história da literatura infantojuvenil ocidental no que diz respeito à abordagem da morte e sobre a natureza do fenômeno em si mesmo. Toma por referências significativas a pesquisa de mestrado de Lia Cupertino Duarte (1997) e de autores que tratam da morte em diferentes âmbitos como: Phillippe Ariès (1982); Ernest Becker (2007); Allan Kellehear (2016); Elisabet Kübler Ross (2005). O terceiro capítulo concentra-se na apresentação geral das obras de Nilma Gonçalves Lacerda que tratam de morte; na justificativa da escolha do corpus e sua análise. No quarto capítulo há uma reflexão que entrelaça a questão da morte física e simbólica nas narrativas e convergindo para as Considerações Finais, o resultado das análises é avaliado no sentido de explorar a relação de intimidade da morte com o dado literário e como uma obra de efetivo valor estético e social pode desempenhar papel transformador junto a seus leitores.