Aspectos fisiológicos, bioquímicos, morfológicos, anatômicos e condutividade hidráulica associados à tolerância à seca em genótipos de Eucalyptus spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Zanatto, Bruna [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/238027
Resumo: As secas têm aumentado globalmente, diminuindo a produtividade e, ou causando a mortalidade de árvores nos últimos anos, afetando o desempenho de plantios operacionais de Eucalyptus spp. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho foi avaliar características fisiológicas, bioquímicas, morfológicas, anatômicas e a condutividade hidráulica da raiz e caule de sete genótipos de Eucalyptus spp. cultivados em diferentes condições de disponibilidade hídrica, na fase de mudas e plantas em campo, e associá-las com a tolerância à deficiência hídrica. O trabalho foi dividido em três experimentos, sendo o primeiro experimento realizado com mudas de cada genótipo para a avaliação da condutividade hidráulica da raiz, obtida através da medição do fluxo de seiva e normalizada pela massa seca de raiz e a condutividade hidráulica potencial, através das medições dos diâmetros e densidade de vasos. O segundo experimento foi implantado com mudas com aproximadamente 90 dias, em delineamento de blocos casualizados com os sete genótipos de Eucalyptus spp. submetidos a dois regimes hídricos. O regime hídrico 1 (RH1) correspondeu a 60% e o regime 2 (RH2) a 30% da capacidade máxima de retenção de água pelo solo. Foram avaliadas características biométricas, fisiológicas, bioquímicas e anatômicas de folha e caule. E o terceiro experimento foi realizado com a madeira dos sete genótipos amostradas em duas Zonas Climáticas e em duas faixas de idade (aproximadamente aos 2 e aos 5,5 anos). Nas amostras das madeiras foram avaliados os diâmetros com casca, a densidade aparente, feitas a caracterização anatômica do xilema, determinações da composição química e da condutividade hidráulica potencial. Os dados foram submetidos à análise de variância, segundo delineamentos adequados, com comparação de medias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade e análise multivariada de agrupamento pelo método de Ward e de dispersão por Componentes Principais. No primeiro experimento, comparando os dois métodos de avaliação da condutividade hidráulica, condutividade real e potencial, verificou-se que os resultados foram concordantes, apontando o genótipo G3 como de maior condutividade, G6 e G2 com condutividades intermediárias e G5 e G7 com menores valores de condutividade. Os resultados obtidos no segundo experimento demonstram que os genótipos apresentam redução na abertura, comprimento, largura e densidade dos estômatos, no diâmetro dos vasos e na condutividade hidráulica, sob menor disponibilidade hídrica. No RH2, os genótipos G1 e G2 aumentaram a densidade e diminuíram o diâmetro dos vasos, em comparação com o regime sem limitação hídrica, o que poderia num primeiro momento demonstrar segurança hidráulica sob menor disponibilidade hídrica. Porém de forma oposta ao G2, G1 apresentou maior diâmetro de vasos e condutividade hidráulica potencial sob limitação hídrica, o que indica serem genótipos com comportamentos e estratégias distintas para enfrentarem uma situação de deficiência hídrica. Houve redução na condutividade hidráulica do RH1 para o RH2 em todos os genótipos, mas em menor proporção para o G1, que se mostrou mais estável à diminuição da disponibilidade hídrica. No terceiro experimento observou-se que os genótipos não apresentam tendência clara de desempenho frente aos ambientes avaliados, mas a idade de avaliação foi determinante para a discriminação dos grupos. No ambiente mais restritivo, constituído pela idade de 5,22 a 6 anos na Zona Climática 2 (Ambiente 4), e para o conjunto dos caracteres avaliados, os genótipos se dividem em três grupos em que G1 e G7 apresentam maior segurança hidráulica e tolerância à seca, G4 e G5 têm comportamentos intermediários e G2 e G3 têm menor tolerância à seca e segurança hidráulica. Apesar de não estar presente nessa condição, G6 apresentou nos demais ambientes avaliados, características intermediárias de tolerância à seca.