Evolução clínica, laboratorial e imunológica da infecção pelo vírus da dengue em pacientes submetidos ao transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sawazaki, Jonas Atique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154891
Resumo: Introdução: Grande número de transplantados renais encontram-se expostos a regiões endêmicas e epidêmicas da dengue, porém, dados sobre o comportamento desta infecção nesta população específica ainda são escassos na literatura. Métodos: Estudo de série de casos, no qual foram incluídos todos os transplantados renais diagnosticados com dengue em nosso serviço dentro do período de janeiro de 2013 a julho de 2016. Foram avaliadas características demográficas, clínicas, laboratoriais gerais, sorológicas e antigênicas. Sempre que possível, foi avaliado o comportamento a longo prazo do antígeno NS1 e dos anticorpos das classes IgG e IgM através de teste de imunocromatografia comercial. Resultados: Foram incluídos 16 pacientes. Houve predomínio do sexo masculino (87,5%), da cor branca (81,2%) e a média de idade foi de 42,0 anos. Metade de doadores eram falecidos. O esquema de manutenção da imunossupressão com tacrolimo, micofenolato sódico e prednisona foi o mais utilizado (62,5%). A mediana de tempo entre o transplante renal e o início dos sintomas foi de 1.426 dias. Apenas um paciente (6,3%) com suspeita de transmissão do vírus da dengue através do enxerto foi classificado como grave e necessitou enxertectomia. Nenhum óbito foi identificado. A disfunção renal ocorreu em 66,7% dos pacientes, mostrando-se transitória em 93,8% das vezes. Dentre os 13 (86,7%) pacientes com NS1 reagente, este mostrou-se ainda detectável até 28 dias após o início dos sintomas. Anticorpos IgM foram identificados em 93,3% dos pacientes. Em 85,7% dos pacientes que apresentaram anticorpos IgM, estes mantiveram-se detectáveis até o final do seguimento sorológico, que se estendeu por até 786 dias. A mediana de tempo entre o início dos sintomas e a primeira detecção de anticorpos IgG foi de 24 dias, porém, chegou a 266 dias. Metade dos pacientes deixaram de apresentar anticorpos IgG durante o acompanhamento sorológico. Discussão: A sintomatologia da dengue na casuística estudada mostrou-se leve, exceto quando esta ocorreu dentro do período pós-operatório. O período de antigenemia NS1 apresentou-se bastante prolongado nos transplantados renais. Devido ao extenso período de detecção de anticorpos IgM, deve-se ter cuidado com futuros diagnósticos falso positivos. Sugere-se que testes para detecção de antígenos devam sempre ser realizados e, quando indisponíveis ou negativos, outros diagnósticos diferenciais não devam ser prontamente desconsiderados.