Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Perrone, Pablo Andrés Kurlander |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181991
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Resumo: |
Sendo a não adesão um dos maiores problemas relacionados com o tratamento da dependência química, a presente pesquisa, realizada com dois grupos de dependentes químicos em tratamento em duas Comunidades Terapêuticas (CTs) - uma masculina e outra feminina -, visa identificar os fatores que podem se associar ao maior tempo de permanência, ao abandono do tratamento e à qualidade de vida pós saída. Para isto foi realizado um estudo longitudinal nesses dois grupos. Como variáveis explanatórias foram consideradas as condições sociodemográficas, gravidade da dependência, condições de saúde física e mental, assim como os escores de instrumentos validados, no início e durante o tempo de permanência na CT, até o desfecho, sendo estes: inventário Beck para depressão, inventário de ansiedade, Escala de apoio social, avaliação de fissura de cocaína/crack, assim como a avaliação dos comportamentos, percepções e crenças dos dependentes em relação ao seu processo. O desfecho foi avaliado a partir do tempo de permanência, em dias, tomado como variável contínua, e como variáveis categóricas o abandono e a conclusão do tratamento, assim como o abandono precoce e o não precoce. Foi ainda avaliado o resultado pós tratamento através de um questionário de seguimento externo aplicado trimestralmente por 12 meses. Os resultados foram analisados pelo teste de qui-quadrado e pela regressão logística multivariada, buscando compreender, principalmente, quais fatores poderiam estar associados ao abandono do tratamento, com ênfase no abandono precoce – estabelecido como até 90 dias de permanência – assim como com a manutenção da qualidade de vida pós saída. Em relação ao abandono do tratamento, as variáveis que apresentaram associação estatística foram: maior tempo de consumo, estar trabalhando antes do ingresso na CT, estar amasiado/casado, maior escore de SDS cocaína, escore Moderado no CCQ-B e autorrelato de ansiedade. Na avaliação de saída a própria percepção de melhora, principalmente em relação à questões laborais e religiosas, foram as mais presentes no discurso de quem abandonou. No seguimento pós saída foram contatados 56,2% dos homens e 62,4% das mulheres e 70,0% das famílias dos homens e 67,1% das famílias das mulheres, sendo a mãe o familiar mais frequentemente contatado, e os que tiveram alta terapêutica tiveram maior taxa de contato em relação ao abandono precoce. Aqueles que se mantiveram em abstinência por 12 meses tiveram maior taxa de indicadores de qualidade de vida, e aqueles que tiveram alta terapêutica apresentaram 2,5 vezes mais chance de indicadores de qualidade de vida elevados, assim como também apresentaram maior chance em cada um dos seis indicadores de qualidade de vida presentes no questionário. Maior escolaridade, sexo feminino e estar utilizando medicação psicoativa no início do tratamento foram variáveis que também se associaram a maiores indicadores de qualidade de vida elevados 12 meses pós saída. Finalmente foi evidenciado que a conclusão do programa terapêutico e a manutenção da abstinência foram os principais fatores associados com a presença de indicadores de qualidade de vida elevados 12 meses pós saída. |