Avaliação do uso de antimicrobianos em hospitais de pequeno porte localizados no interior do Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Giacomini, Júlia Laurindo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/149759
Resumo: Antimicrobianos são medicamentos essenciais à prática clínica, mas seu uso tem sido associado a eventos adversos graves e à emergência de resistência bacteriana. Apesar de haver extensa pesquisa na área, não se conhecem os padrões desse uso e a presença de mecanismos de controle nos hospitais de pequeno porte (HPP), definidos como aqueles com até 50 leitos de internação. Esse aspecto é particularmente relevante no Brasil, onde se estima que dois terços dos serviços hospitalares é composto por HPP. Com o objetivo de preencher essa lacuna, realizamos estudo ecológico incluindo 48 HPP do interior do Estado de São Paulo. Foram levantados dados de contexto regional, e características administrativas e assistenciais dos serviços. Também investigamos a existência de mecanismos de controle de uso de antimicrobianos, tais como: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), médico infectologista, protocolos terapêuticos, treinamentos para corpo clínico, controle restritivo de prescrição e existência de retaguarda laboratorial microbiológica. Realizamos análise descritiva dos serviços e do uso de antimicrobianos, utilizando para este último parâmetro a classificação ATC/DDD (Anatomical-Therapeutical-Clinical / Defined Daily Doses). Modelos uni e multivariados de Regressão Binomial Negativa foram aplicados para identificar fatores associados ao maior ou menor uso. Abordamos com especial interesse os antimicrobianos de administração parenteral. Estes tiveram uso agregado de 242,04 DDD/100 admissões. Houve grande variação nos padrões de prescrição entre diferentes hospitais, mas predominou o uso de cefalosporinas e quinolonas. Após ajuste para variáveis de contexto e características dos hospitais, houve associação negativa entre uso de antimicrobianos parenterais e a existência de CCIH ativa há pelo menos 5 anos (Razão de Taxas [RT]= 0,65; Intervalo de Confiança [IC] 5%=0,47-0,87), existência de protocolos terapêuticos (RT=0,63; IC95%=0,46-0,88), realização de capacitações para corpo clínico (RT=0,50; IC95%=0,38-0,67) e controle restritivo do uso de antimicrobianos (RT=0,64; IC=0,47-0,87). O uso de antimicrobianos de amplo espectro foi de 64,79 DDD/100 admissões e correspondeu a 26,7% do uso parenteral total. Pare esses, identificouse nos modelos ajustados associação negativa com presença de CCIH há pelo menos 5 anos (RT=0,40; IC95%=0,19-0,83) e realização de capacitações para corpo clínico (RT=0,44; IC95%=0,22-0,89). Em conclusão, detectamos intenso uso de antimicrobianos – inclusive de amplo espectro - em HPP, e associação da instituição de mecanismos de educação e controle com a redução do emprego desses agentes.