"Mulheres boazinhas não enriquecem": ethos e estereótipos no discurso de autoajuda para mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Verni, Rafaela de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182325
Resumo: Neste trabalho, analisamos o ethos do discurso de autoajuda que se dirige a mulheres e que tem como tema o sucesso financeiro e profissional. Para tanto, adotamos o aparato-metodológico da Análise do Discurso de linha Francesa, com ênfase nos trabalhos de Dominique Maingueneau sobre a noção de ethos discursivo. Em seus trabalhos, o autor considera o ethos como a imagem que o enunciador do discurso projeta de si pelo próprio modo como enuncia. De acordo com o autor, a análise do ethos deve basear-se em indícios de diversas ordens presentes na superfície discursiva. Uma vez que o objetivo do trabalho é traçar a imagem do enunciador presente no discurso em questão, o estudo da modalidade é uma opção coerente para a análise do ethos, já que a modalidade é uma das formas de manifestação da subjetividade, ou melhor, é uma das formas por meio das quais o enunciador expressa sua opinião ou uma atitude em relação ao que diz. Para analisar a modalidade, adotamos estudos de base funcionalista, mais exatamente as reflexões de Hengeveld (2004) a respeito da expressão lexical de modalidade, aqui empregadas como aparato teórico-metodológico específico da Linguística para auxiliar no desenvolvimento do estudo proposto. O córpus é constituído por três obras de autoajuda destinadas ao público feminino que tratam de finanças e sucesso profissional. A opção por obras voltadas ao público feminino nos permite não só aprofundar as reflexões sobre o discurso de autoajuda, mas também investigar como esse tipo de discurso contribui para a manutenção e/ou transformação de estereótipos do gênero feminino, o que fazemos a partir dos estudos desenvolvidos sobre os estereótipos no âmbito da Psicologia Social. Os resultados alcançados revelam que o discurso em questão é marcado por um tom direto, objetivo e especialmente autoritário. Assim, podemos dizer que o enunciador desse discurso diferencia-se, de certo modo, do enunciador típico de obras de autoajuda convencional, cujo discurso é marcado por um tom bem mais otimista.