Entre gêneros e fronteiras: uma leitura de Mar paraguayo, de Wilson Bueno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Florentino, Nádia Nelziza Lovera de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/142008
Resumo: O escritor Wilson Bueno (1949 – 2010) pode ser considerado uma referência na produção literária brasileira das últimas três décadas. Todo o seu legado literário pode ser caracterizado como uma travessia nas fronteiras dos gêneros e do experimentalismo linguístico, e tem em Mar paraguayo (1992) um dos principais representantes desse trânsito entre as fronteiras. Nesse sentido, a partir dos pressupostos teóricos e críticos de autores como Gerard Genette (2006;2009), María Rosa Lojo (2011), Anselmo Peres Alós (2011; 2012), Néstor Perlonguer (1991;1992), Néstor García Canclini (2015), Irlemar Chiampi (1996), a abordagem será feita através da estruturação de três particularidades observadas no romance: a questão do gênero como gender, nas fronteiras entre o masculino e o feminino, na definição do (trans)gênero e da (trans)língua na invenção de uma linguagem, herdeira de Macunaíma, do Manifesto Antropófago e de Guimarães Rosa; a relação híbrida entre a poesia, a prosa, a fusão de culturas, ressaltando as fortes influências do neobarroco e do concretismo; e as conexões intertextuais, no reconhecimento dos diálogos com a tradição literária e com a cultura popular. Por fim, a hipótese é que tanto o discurso da protagonista quanto toda a estruturação do romance apontam para um hibridismo de gêneros e para a fronteira, entendida como um ponto para o qual os limites convergem e confundem-se. Tal hipótese se confirma e reflete um processo de criação artística que, por sua vez, não é inédito no sentido dos caminhos que foram escolhidos para a construção desse romance, mas reflete de certo modo uma tendência e estabelece, portanto, diálogos significativos com outras obras, em uma constante ruptura e re-leitura da tradição literária e cultural.