Violência na adolescência: olhar e articulação da saúde, educação e assistência social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Andrade, Ana Soraya [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/144218
Resumo: Introdução: A violência que permeia o universo do adolescente atinge magnitudes muito maiores do que mostram as atuais estatísticas, sendo considerada um grave problema de saúde pública. Por sua complexidade, demanda intervenção abrangente e intersetorial. Objetivo: Conhecer as percepções e experiências de profissionais da saúde, educação e assistência social sobre a violência que envolve os adolescentes. Método: Trata-se de estudo de cunho qualitativo, cuja coleta de dados se deu por meio de três grupos focais com profissionais que atuam nos setores referidos, por entrevistas individuais com os gestores dos respectivos serviços, localizados em um distrito do município de Botucatu/SP e por intermédio de um grupo de discussão com conselheiras tutelares do mesmo município. O material foi gravado, transcrito na íntegra e sistematizado para análise segundo o método de análise de conteúdo proposto por Bardin, na modalidade de análise temática. Resultados: Foi comum, entre os profissionais participantes, a concepção abrangente sobre a violência que envolve o universo do adolescente e suas diversas formas de manifestação e as consequências danosas a este grupo e à sociedade. Apesar da tentativa pelos três setores e pelo conselho tutelar de trabalhar com este público e sua família, notou-se forte despreparo profissional e, por vezes, culpabilização das famílias e dos próprios adolescentes, sendo também manifestados sentimentos de impotência no trato diário com adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Pelos relatos, verificou-se o quanto o setor da Educação encontra-se à parte das ações intersetoriais, com problemas estruturais e sobrecarga de trabalho e em alguns casos, sem o conhecimento dos serviços de apoio, apesar do empenho pessoal em favor dos adolescentes. A Saúde apresentou-se disposta em trabalhar com adolescentes, mas por vezes sentindo-se sucumbida pela grande demanda dos serviços da atenção básica e engessada pelas burocracias estabelecidas pelos órgãos de apoio. Os profissionais da Assistência Social mostraram-se mais familiarizados com ações de prevenção da violência e fortemente engajados na construção de redes de apoio com os demais setores e famílias dos adolescentes. As conselheiras tutelares apontaram a necessidade de intervenções contrapondo-se ao número mínimo de pessoas no órgão, para enfrentamento do agravo em foco. Os gestores revelaram as mesmas concepções e dificuldades, sendo observado em alguns momentos descompasso entre a direção escolar e os professores. Todos apresentaram diversas sugestões além da capacitação profissional, como contratação de profissionais, diminuição da sobrecarga de trabalho e importância de se trabalhar com a família, não só com o adolescente. Conclusão: Pondera-se que para além das capacitações aos servidores, tenha-se comprometimento dos gestores de cada setor e também dos gestores municipais, para incentivo às ações intersetoriais, inclusive com criação de protocolo de atenção à violência que envolve o adolescente, através da articulação governamental, consubstanciando a prevenção e promoção à saúde dos adolescentes e de suas famílias.