Redes de atenção para mulheres em situação de violência sexual: análise do caso de Campo Grande / Mato Grosso do Sul a partir das representações sociais de seus gestores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lima, Cláudia Araújo de
Orientador(a): Deslandes, Suely Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13153
Resumo: Este estudo buscou conhecer e analisar rede de atenção para mulheres em situação de violência sexual em Campo Grande, Mato Grosso do Sul no que concerne à composição, funcionamento e seus os mecanismos de sustentabilidade. A organização de redes de atenção para mulheres em situação de violência sexual é uma ação estratégica, que demanda estudos sobre o assunto e um olhar atencioso sobre a realidade de cada lugar. A lógica de organização e operacionalização desses movimentos de rede entre serviços é complexa, particular e se estabelece em variados formatos, com necessidades de monitoramento que apontem rumos a seguir ou corrigir no percurso da gestão. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, apoiado na triangulação de técnicas (entrevistas e análise documental) que ajudou a constituir um corpus para análises sobre o que pensam os gestores dessa rede municipal sobre o enfrentamento da violência sexual contra mulheres. Partindo das análises sobre as representações sociais dos gestores municipais conclui-se que o conjunto das instituições que compõem a rede local é positivo naquilo que se propõe como intersetorialidade que busca a melhor forma de humanizar e adequar o atendimento multiprofissional para a mulher em situação de violência sexual. Os gestores reconhecem que ainda é frágil a constituição das redes pela ausência de mecanismos institucionais oficiais, que as mulheres continuam a sofrer preconceitos e questionamentos pela violência sofrida; o acesso precisa ser facilitado com informações mais qualificadas dirigidas à população; o horário de funcionamento dos serviços necessita ser ampliado para que o atendimento seja ofertado 24 horas por dia, bem como a distribuição nos bairros de cada município. É imprescindível que os medicamentos para contracepção de emergência e antirretrovirais estejam disponíveis e sejam administrados pelos profissionais de saúde às usuárias durante os atendimentos. As capacitações profissionais devem ser periódicas e transformadas em educação permanente, para que os protocolos e fluxos sejam assimilados pelos serviços e qualificados na rotina. Que seja compreendido por todas e todos os integrantes das redes de atenção à violência, que nenhuma mulher necessita apresentar um Boletim de Ocorrência Policial, para ser acolhida nos serviços de saúde, devendo ser estimulada a denunciar quem cometeu a agressão.