Violência sexual contra crianças: vivências de professores na Educação Infantil à luz da compreensão fenomenológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Mandruzato, Gretta Kerr [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
VSC
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258289
https://orcid.org/0000-0001-9498-444X
Resumo: Como os professores lidam com o fenômeno da Violência Sexual contra Crianças (VSC) no cotidiano escolar? Nosso objetivo foi compreender as vivências dos professores na Educação Infantil de uma escola do município de São Carlos quanto ao enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças (VSC), de 0 a 5 anos e 11 meses de idade, por meio da metodologia fenomenológica, centrada no ponto de vista de Mauro Martins Amatuzzi. A coleta desses relatos por intermédio da entrevista fenomenológica permitiu o acesso ao mundo vida vivenciado por seis colaboradoras a partir da questão norteadora: Relate a sua história pessoal como professora sobre o enfrentamento do abuso sexual infantil no magistério desde o início da sua carreira. Os discursos foram analisados e as seguintes categorias foram destacadas a partir da construção das unidades de significados: (1). Nos horizontes da formação pedagógica; (2). O olhar do que é a criança violentada; (3). Nos horizontes da prática pedagógicas e os variados sentimentos; e (4). Os desafios desvelados do fazer docente. As análises compreensivas dos relatos propiciaram desvelar a unanimidade da falta de preparo das nossas colaboradoras ao enfrentamento do VSC e as práticas pedagógicas. Com o levantamento dos dados, foi possível compreender que nenhuma professora possui formação com vestes para a sexualidade ou VSC. Na questão da concepção sobre a criança e a escola, as percepções convergem e demostram existir princípios pedagógicos entre a rigidez/tradicionalismo e a criticidade histórica. O perfil de crianças violentadas é citado por duas colaboradoras que enquadram a menina, pobre e negra, como representação do perfil mais vulnerável. Aponta-se que, apesar da falta de preparo citado pelos professores, há uma tentativa de orientação frente à sexualidade e àa VSC, fazendo uso de rodas de conversa, músicas e literatura para habilidades autoprotetivas. Os principais desafios indicados que permeiam o fazer pedagógico baseiam-se em: relação dificultosa entre pais e escola envolvendo a sexualidade e a VSC, inexistência e ineficácia dos cursos de formação inicial e contínua, falta de integração entre as redes de apoio e impraticabilidade da legislação. Este estudo finaliza-se propondo um convite a toda a sociedade para que haja mais debates, diálogos e reflexões no que tange à VSC até que se esgote a insegurança, o medo e o despreparo, criando políticas públicas efetivas e construindo uma Educação Infantil mais respeitosa e empática.