Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Silva, Lucia Cecilia da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-16022007-153618/
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Resumo: |
A vivência do câncer é considerada uma experiência de forte impacto psicológico para os doentes e suas famílias, pois mobiliza sentimentos de profundo sofrimento em qualquer um de seus estágios. Em qualquer fase do trajeto percorrido pelo doente na denominada jornada do câncer, necessidades especiais de cuidados surgirão. Os procedimentos, condutas e rotinas terapêuticas, embora existam para restabelecer e promover o bem-estar do doente, são freqüentemente percebidos como ameaçadores, agressivos e invasivos, aumentando os sentimentos de vulnerabilidade e fragilidade humanas. Neste contexto, esta investigação se propôs a compreender como a pessoa vivencia a experiência de estar doente de câncer, cuidando-se e sendo cuidada. De natureza qualitativa, a metodologia adotada foi de inspiração fenomenológica, a qual serviu de referencial para tomar o ser-no-mundo-com-câncer, interrogá-lo e descrevê-lo em sua essência. Os colaboradores da pesquisa foram oito usuários cadastrados no Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC), da cidade de Maringá (PR). A coleta de dados foi realizada mediante entrevistas abertas realizadas em seus domicílios e nas dependências da instituição. De seus discursos foram apreendidas unidades de significado que serviram de orientação para a análise da existencialidade do paciente oncológico, possibilitando uma síntese compreensiva do fenômeno do Cuidado. Esta compreensão pautou-se na fenomenologia ontológica de Heidegger, prioritariamente, na proposta em sua obra Ser e Tempo. Compreendeu-se que as vivências dos doentes apresentam-se em uma unificação temporal na qual o presente com a doença é construído por ressignificações do passado e por um permanente questionamento temeroso e angustiado quanto ao futuro. O nexo que emerge dessa tripartição temporal é o Cuidado, que se manifesta como estrutura originária, permitindo ao ser doente projetar sua existencialidade a partir da facticidade da doença. Na existência cotidiana, o Cuidado aparece ao doente como preocupação consigo próprio e como preocupação dos outros em relação a ele, e nesta última observa-se o papel relevante dos familiares e dos profissionais de saúde. Neste modo de ser cotidiano, as manifestações de cuidado ora surgem como solicitude, ora como cuidado deficiente. No primeiro caso, toma-se a experiência com a doença como oportunidade para novos aprendizados e conquista de novos valores; no segundo, a doença é vivenciada como manifestação de deterioração e perda de autonomia e individualidade. Conclui-se que o Cuidado, enquanto estrutura ontológica originária do ser-no-mundo, pode se constituir em um referencial de ricas possibilidades para se pensar as ações em saúde nos âmbitos privado e institucionalizado. |