Ser adulto sobrevivente de câncer infantil: uma compreensão fenomenológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Rocha, Shirley Santos Teles
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-10032010-190430/
Resumo: O presente estudo tem o objetivo de compreender o que é ser adulto sobrevivente de câncer infantil. O método utilizado foi o fenomenológico-existencial e foi desenvolvido no Ambulatório de Curados do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo e contou com a colaboração de sete adultos que tiveram câncer na infância. Foi realizada uma entrevista a partir da questão norteadora: Conte-me como está a sua vida. A análise das entrevistas foi construída à luz de algumas idéias de Martin Heidegger em Ser e Tempo (2005). Ser-adulto-sobrevivente-de- câncer-infantil se desvelou como um ser que se lança e que já está lançado e se projetando, resgata o vigor de ter sido, que se atualiza a cada instante. Assim, a vivência do adulto sobrevivente de câncer infantil desvela-se na temporalidade: vigor de ter sido, atualidade e porvir. Dessa forma, ter vivenciado câncer na infância constitui o existir do adulto, ainda que não se queira lembrar, podendo esta vivência ser impulsionadora do existir. Dessa forma, ser-sobrevivente-de-câncer-infantil-no-mundo-com-os-outros é ser projeto, é porvir, é lançar-se, é existir na fluidez da existência, ora na busca de si mesmo, ora buscando ser igual a todo mundo, sendo impessoal, sendo normal, porém a busca pela normalidade dá-se a partir do ser diferente, da busca de si mesmo, pois somos singular e plural ao mesmo tempo. Foi possível perceber que os adultos sobreviventes de câncer infantil necessitam de programas de acompanhamento que atendam às suas demandas e necessidades Porém, esse acompanhamento não deve ficar restrito ao âmbito metafísico, é necessário abertura para estar, co-existir com esse adulto sobrevivente, para que assim possa compreender o seu modo de existir. Assim, o profissional de saúde, em sua atuação, lidará com as diferentes formas de ser no mundo do sobrevivente, além da dimensão biológica do funcionamento do corpo humano. E isso só é possível, quando a equipe de saúde e o paciente constróem relações autênticas. Porém, essa atuação convoca a equipe de saúde a se colocar, a perceber-se co-existente, tendo que cuidar do seu vir a ser, buscando ou se perdendo de si mesma.