Relato de mulheres sobre vivência de abuso sexual na infância e/ou adolescência: uma leitura fenomenológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sampedro, Simoara Furquim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-06072020-163422/
Resumo: O objetivo deste estudo foi compreender a vivência de mulheres que passaram por situação de abuso sexual na infância e/ou na adolescência. A pesquisa é do tipo qualitativa de abordagem fenomenológica e observou o sentido da experiência humana no tempo e no espaço, considerando as vivências pessoais, no contexto de suas relações. O estudo foi desenvolvido no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), junto à Secretaria da Assistência Social da Prefeitura de Ribeirão Preto/SP, e foi desenvolvido com base em entrevistas com duas colaboradoras, vítimas de abuso. Os resultados foram definidos em duas categorias: 1) Vivências e consequências do abuso - sentimento de opressão, de impotência, de culpa, vergonha, desamparo, ansiedade e medo, depressão, dificuldades na individuação, confusão, dificuldade em desenvolver confiabilidade, indignação/necessidade de confirmação da verdade, dificuldade na alimentação, gravidez, doença sexualmente transmissível e negligência na formação educacional; 2) Enfrentamento do abuso - negação do vivido, tentativa ou desejo de suicídio, fé e resignação, fuga, trabalho/educação e ação protetiva/negligência. Consideramos, portanto, que a violência psicológica foi usada como forma de controle pelo abusador, possivelmente para suplantar suas vulnerabilidades e insegurança. A busca do amor e aceitação dos parentes também parece orientar as atitudes das sobreviventes e coloca-as submissas às vivências oferecidas. Constatou-se que a superação do vivido parece estar calcada na aceitação, esta sendo a base para a construção de ressignificação. Como o processo de desenvolvimento, destas mulheres, se dá permeado por muitas confusões na apreensão e na compreensão de mundo, pois o mesmo é constituído através dos vieses referentes às estruturas relacionais caóticas e distorcidas na qual estão inseridas, seria importante outros estudos focarem na melhor compreensão destas distorções e em outras estratégias de superação a promover. Além disso, julgamos importante mais estudos para aplicabilidade em organizações de saúde e assistência, considerando-se estas perversões no mesmo processo de apreensão e compreensão do mundo