Balada da praia dos cães: o desafiante romance policial de Cardoso Pires

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cordeiro, Fernando Henrique Crepaldi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/94159
Resumo: Este trabalho propõe-se a estudar Balada da Praia dos Cães (1982), de José Cardoso Pires, sob a perspectiva da paródia do romance policial, tendo em vista que essa obra utiliza-se de procedimentos típicos desse gênero para, a partir de dentro, subvertê-lo. A subversão manifesta-se, principalmente, pelo desvio no foco da narrativa, que deixa de ser a resolução do enigma, como no romance policial clássico, e passa a ser a construção do texto/inquérito por parte do detetive e do narrador, ou seja, a obra não tem como foco principal descobrir quem, como e por que ocorreu o crime, mas sim desvendar o processo de composição narrativa. Nesse sentido, pode-se dizer que o romance cardoseano engendra uma reflexão metalingüística que se desdobra em dois planos: por um lado, vemo-nos diante de um texto que nos revela os próprios mecanismos que o constroem, principalmente, pela recorrência e subversão do paradigma policial, e, por outro, temos um romance sobre o processo pelo qual o detetive elabora uma narrativa a partir das provas, indícios, etc. Tendo em vista essa configuração, destacam-se as instâncias do narrador e do autor, que instauram no romance uma rede de desconfianças que desestabilizam as noções de “verdade” e “autoridade” a partir do exame e questionamento dos mais diversos discursos que se fazem presentes na obra de Cardoso Pires.