Herdeiros do trabalho: transição tecnológica e degradação sistêmica do trabalho no polígono do agrohidronegócio canavieiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bento, Fredi dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/252631
Resumo: Nesse início do século XXI, amplia-se cada vez mais a ofensiva do capital sobre o trabalho, movida pela necessidade insaciável de minimizar queda tendencial da taxa de lucro e manter os parâmetros da acumulação/reprodução. No Brasil, dentre as várias formas de personificação deste modelo societal, destacamos o agrohidronegócio canavieiro, que sob a prerrogativa do discurso vilipendioso do desenvolvimento nacional, social, sustentável etc., omite sua face perversa nesse processo de transição tecnológica, sob o referencial do modelo maquínico-químico-dependente1, quando se põe em cena as condições de vida (trabalho, saúde) dos trabalhadores, das comunidades lindeiras atingidas, bem como o ambiente e a sociedade em geral, entendido por nós, conceitualmente, como degradação sistêmica do trabalho, no Polígono do Agrohidronegócio (THOMAZ JUNIOR, 2009; 2017; 2023). Isto é, os avanços da mecanização nos canaviais, os efeitos da terceirização total, da perda de direitos, associadas à intensificação da exploração do trabalho, do uso de agroquímicos, bem como o controle da água (superficial, aquíferos), nos reservaram atenções para São Paulo, Leste do Mato Grosso do Sul, Norte-Noroeste do Paraná, Triângulo Mineiro, Sul-Sudoeste de Goiás, sendo, pois essa a área que concentra os seis maiores produtores de cana-de-açúcar, açúcar e álcool do país. Essa lógica perversa torna possível a expansão do capital agroindustrial e nos exigiram entender os significados do processo de desenvolvimento destrutivo das forças produtivas no agrohidronegócio canavieiro, buscando atrelar as relações sociais de trabalho, a saúde e o ambiente. Nessa perspectiva, para efetuarmos tais aproximações foi necessário realizarmos trabalhos de campo, visitações, entrevistas semiestruturadas e relatos orais com os trabalhadores, suas instâncias de representação (sindicatos, assessorias) e entidades representantes do capital agroindustrial canavieiro, com o intuito de perscrutarmos qual a herança que esse setor produtivo de fato tem facultado aos trabalhadores, bem como, quem de fato são os herdeiros do trabalho na cana-de-açúcar.