Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Jardim, Juliana Gomes [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154948
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Resumo: |
O MMA (Mixed Martial Arts) feminino emergiu no cenário esportivo nos últimos anos, e teve sua coroação quando da implantação da primeira categoria feminina no UFC (Ultimate Fighting Championship) – principal organização da modalidade – em 2013, fator que impulsionou fortemente seu crescimento e visibilidade no cenário mundial. Partindo de uma epistemologia Queer, este trabalho teve por objetivo identificar e analisar os fatores que culminaram no recente crescimento do MMA feminino no Brasil, com foco nas questões relativas à performatização de gênero das lutadoras e nas representações midiáticas de gênero relativas a elas. Partiu-se de uma dimensão microestrutural, o universo do MMA feminino, para buscar compreender aspectos macrossociais que situam as estratégias pessoais dessas atletas em responder, via esporte, às mudanças significativas no campo das relações de gênero e das sexualidades não normativas no Brasil contemporâneo. Para tal, foi realizada uma etnografia multissituada com lutadoras brasileiras, online e também presencial. Verificou-se a predominância de atletas bastante jovens, pertencentes às classes populares e médias, que buscam no MMA uma forma de subsistência e a esperança de ascensão social. Há, também, um crescente fluxo de lutadoras brasileiras para os Estados Unidos da América, em busca de melhores condições de treinamento e maiores possibilidades de sucesso profissional. Identificou-se a existência de um Mercado da Beleza no MMA praticado por mulheres, que aumenta as chances de sucesso e fama para as lutadoras que, além de apresentarem um bom desempenho atlético, também forem lidas como belas e sensuais, dentro de padrões cis-heteronormativos racializados. Em tempos de capitalismo farmacopornográfico, as atletas têm seus corpos mediados pelo implemento de substâncias químicas – sobretudo testosterona e seus derivados – e pelo Mercado da Beleza, em uma relação dialética. Ao mesmo tempo em que valores hegemônicos de gênero são fortalecidos, sobretudo via mediação da lógica imposta pelo Mercado da Beleza, a prática de MMA feminino tensiona os binarismos de gênero e sexualidade, e seu rápido crescimento nos últimos anos reflete transformações sociais que se encontram em curso na sociedade brasileira. |