As relativas sem antecedente no espanhol sob perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Amorim, Camila Rodrigues de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258368
Resumo: As orações relativas sem antecedente são assim denominadas porque carecem de um antecedente nominal explícito, à diferença das relativas com antecedente expresso que modificam a entidade referencial de um Np externo (Smits, 1989; De Vries, 2002). No espanhol, identificam-se dois tipos principais de estruturas relativas sem antecedente: as relativas livres e as semilivres (Brucart, 1999; Nueva Gramática de la Real Academia Española, 2009; Ojea López, 1992, 2013). As relativas livres se caracterizam por não apresentarem qualquer elemento do seu antecedente expresso formalmente. As relativas semilivres, por sua vez, apresentam seu antecedente parcialmente expresso mediante a indicação de traços de gênero e número da entidade referida. Considerando que os estudos funcionalistas que tratam dessas construções são lacunares, esta tese tem como objetivo geral analisar suas propriedades funcionais e formais à luz da teoria da Gramática Discursivo-Funcional (Hengeveld; Mackenzie, 2008). Nesse arcabouço, além de a gramática ser modular, por reconhecer quatro níveis independentes de análise, explicam-se os fenômenos linguísticos de maneira descendente (top-down), considerando que a pragmática governa a semântica, e a pragmática e a semântica juntas governam a morfossintaxe e a fonologia. Para atingir nossos objetivos, aplicamos uma série de critérios que perpassam todos os níveis de análise a uma amostra de língua escrita, constituída por textos retirados do Corpus del Español del Siglo XXI (Córpus do espanhol do século XXI). Nossas análises revelam que o falante nem sempre precisa expressar explicitamente o item lexical que serviria como núcleo da oração relativa. Isso ocorre porque, em alguns casos, o núcleo já foi mencionado anteriormente no discurso, o que torna sua repetição desnecessária. Em outros casos, o núcleo não é o foco principal da comunicação, ou seja, o objetivo do falante não é destacar essa informação específica. Nessas situações, o falante pode optar por omitir o núcleo, confiando que o contexto ou o entendimento compartilhado com o ouvinte será suficiente para preencher essa lacuna. O modelo da Gramática Discursivo-Funcional, que reconhece diferentes tipos de núcleos não lexicais nos níveis da formulação, permite-nos verificar que, em termos pragmáticos e semânticos, as relativas livres se caracterizam pela ausência de um núcleo, ao passo que as relativas semilivres têm um núcleo que é preenchido por uma propriedade lexical que se recupera no discurso prévio. Nossas análises confirmam, por fim, que a diferença formal entre os dois tipos de relativas sem antecedente do espanhol tem motivação funcional, que podem ser capturadas nos níveis Interpessoal e Representacional do modelo.