Um estudo contrastivo de juntores concessivos no espanhol e no português sob a perspectiva discursivo-funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fernandes, Letícia de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251343
https://lattes.cnpq.br/5057693724474337
Resumo: As orações concessivas são definidas, de modo geral, como aquelas que apresentam uma “contrariedade à expectativa”, opondo-se, de alguma forma, à oração principal. No espanhol, aunque é o juntor prototípico usado para expressar as relações concessivas (CREVELS, 1998). Considerando o modelo teórico da Gramática Discursivo-Funcional (GDF) adotado na presente investigação (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), aunque atua em diferentes níveis e camadas (PARRA, 2016); no português, por outro lado, parece haver uma especialização de determinados juntores para cada tipo de camada (GARCIA, 2010). Este estudo pretende descrever e analisar os fatores determinantes que demonstram as semelhanças e diferenças de atuação dos juntores concessivos aunque no espanhol e embora, apesar (de) que, ainda que e mesmo que no português, de modo a verificar se há, no português, um juntor concessivo que apresente a produtividade de aunque. Consideramos como fatores determinantes para explicar as diferenças e semelhanças de atuação dos juntores concessivos no português e no espanhol: i) a camada em que a oração introduzida pelo juntor concessivo atua; ii) a factualidade; iii) a pressuposição; iv) o modo verbal e v) a posição da oração concessiva com relação à principal. Os corpora são constituídos por dados sincrônicos de língua falada e escrita extraídos respectivamente do PRESEEA e do El País, para a análise do espanhol, e do Banco de Dados Iboruna e Folha de S. Paulo, para a análise do português. Os resultados obtidos confirmam que não há, no português, um juntor concessivo que se assemelhe a aunque no que diz respeito à frequência e à amplitude de uso. Enquanto o juntor da língua espanhola pode atuar livremente nas camadas do Conteúdo Proposicional, do Ato Discursivo e do Movimento e em diferentes contextos com relação à factualidade e à pressuposição, no português, embora e ainda que se especializam para atuar na camada do Conteúdo Proposicional em contextos factuais e pressupostos; apesar (de) que se especializa para atuar na camada do Ato Discursivo em contextos factuais e não pressupostos; e mesmo que se especializa para atuar na camada do Conteúdo Proposicional em contextos não factuais e não pressupostos.