Conservação de mangas ‘Palmer’ com recobrimento comestível de hidroxipropilmetilcelulose e cera de abelha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sousa, Fagner Freires de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194117
Resumo: A manga é uma fruta climatérica, cujo intenso metabolismo na pós-colheita reduz sua vida útil, gerando perda de qualidade e limitando a comercialização em locais distantes das regiões produtoras. A adoção de tecnologias que possibilitem aumentar a vida útil da fruta na pós-colheita pode contribuir à expansão e flexibilização da comercialização, com redução de perdas e manutenção da qualidade. Assim, objetivou-se avaliar o efeito de recobrimentos a base hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) com três concentrações de cera de abelha (10, 20 e 40%) na conservação pós-colheita de mangas da cultivar Palmer, em duas condições de armazenamento. O experimento foi realizado em duas etapas: [1] em sala ambiente a temperatura de 21 ± 1 °C e 75 ± 10% UR, durante o período de 15 dias e; [2] em câmara fria a temperatura de 11 ± 0,5 °C e 63 ± 4% UR, durante o período de 30 dias, seguido de seis dias em temperatura ambiente (20 ± 1 ºC). Nas duas etapas e em cada data de amostragem os frutos foram submetidos a avaliações de perda de massa fresca, cor, firmeza, taxa respiratória, acidez titulável, sólidos solúveis, açúcares solúveis e redutores, ácido ascórbico, carotenoides, flavonoides, compostos fenólicos totais, atividade antioxidante total, atividade enzimática, peroxidação lipídica e incidência de podridão. Em condição ambiente, os resultados demonstraram que os recobrimentos foram efetivos no controle do amadurecimento, com manutenção da cor da casca e da polpa, da acidez, da firmeza, dos sólidos solúveis, do “ratio”, dos açúcares e do ácido ascórbico. Os recobrimentos também reduziram a perda de massa e a incidência de doenças, além de não induzir a produção de etanol, mantendo os frutos no pré-climatérico por 15 dias, o que contribuiu com ganho de pelo menos 6 dias na vida útil das frutas. O tratamento com 20% cera de abelha (CA) foi o mais indicado para possíveis aplicações industriais nessa condição de armazenamento. Quando associado à refrigeração, os recobrimentos contribuíram para redução da perda de massa fresca, manutenção da firmeza, dos sólidos solúveis e dos açúcares redutores, além de não interferirem no desenvolvimento da coloração da polpa e na síntese de compostos bioativos e atividade antioxidante durante o armazenamento refrigerado. Após a transferência para condição de comercialização, os frutos do controle e com recobrimento de HPMC + 10% CA apresentaram rápido amadurecimento, com ocorrência dos fitopatógenos Colletotrichum gloeosporioides e Lasiodiplodia theobromae a partir do 2º e 4º dia, respectivamente. Apenas os frutos submetidos aos tratamentos com HPMC + 20 e 40% CA alcançaram os 30 + 6 dias de armazenamento. No entanto, os frutos com recobrimento de HPMC + 20% CA apresentaram melhor qualidade ao final do armazenamento, registrando-se menor perda de firmeza, de compostos bioativos e atividade antioxidante. Dessa forma, conclui-se que o recobrimento a base de HPMC + 20% CA apresenta o melhor desempenho na conservação pós colheita de manga ‘Palmer’ nas duas condições de armazenamento avaliadas.