Formas de vida e acontecimentos em contos de Rubem Fonseca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Duarte, Renata Cristina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180491
Resumo: Fundamentada nos pressupostos da Semiótica Francesa, a presente pesquisa tem como corpus contos do autor brasileiro contemporâneo Rubem Fonseca presentes nos livros Feliz ano novo, com a primeira publicação no ano de 1975, Amálgama, publicado em 2013, e Calibre 22, lançado em 2017. Pretende-se investigar como se configuram as formas de vida dos atores do enunciado, os quais como sujeitos do nível narrativo se encontram em sincretismo com os narradores dos contos, e que executam performances que rompem com os comportamentos em uso requeridos por determinado grupo social e instauram um modo de ser individual; assim como os acontecimentos, na perspectiva da semiótica tensiva, que abalam as práticas semióticas estabelecidas e permitem entrever novas formas de vida, baseadas no confronto entre uma moral social e uma ética pessoal. Observa-se que há um desencontro entre o ser e o parecer desses sujeitos, bem como um conflito entre a moral coletiva e a ética pessoal, o que coloca em relação formas de vida convencionais e subversivas. A pesquisa baseia-se na hipótese de que tais acontecimentos, representantes de fatos absurdos do ponto de vista da moral social, irrompem no âmbito da enunciação, atingindo, principalmente, o enunciatário-leitor. Ademais, a recorrência de determinadas características, como a representação de situações inusitadas e absurdas, permitiria identificar a forma de vida do insólito como modo de ser da produção artística do ator da enunciação Rubem Fonseca. Para proceder à análise dos textos constituintes do corpus desta pesquisa, tem-se como embasamento teórico e metodológico a semiótica greimasiana. Prioriza-se a narratividade subjacente a todo e qualquer texto, como prevê a tradição semiótica, os estudos sobre os conceitos “Formas de vida”, segundo Algirdas Julien Greimas e Jacques Fontanille, e “Práxis enunciativa”, de acordo com Jacques Fontanille e Denis Bertrand. Recorre-se também a desdobramentos mais recentes, como os estudos da semiótica tensiva, elaborados principalmente por Claude Zilberberg. Esta pesquisa se justifica, pois, sob esse ponto de vista teórico, o estudo do texto literário constituir-se-á em material para estudo e compreensão de aspectos da cultura brasileira e mais especificamente do homem brasileiro contemporâneo, dado que permite o resgate de práticas semióticas que ocorrem entre sujeitos ou mesmo entre sujeitos e objetos, práticas essas que são fundamentais para imprimirem modos de fazer, pensar e sentir o cotidiano.