História e mudança: os juntores derivados de tanto e seus diferentes padrões de uso sob o olhar da gramaticalização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alves, Flavia Cambi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143907
Resumo: O propósito deste trabalho é investigar, sob uma abordagem que une tanto a perspectiva sincrônica quanto a diacrônica, aspectos relativos à gramaticalização dos itens juntivos derivados de tanto, considerando que existe uma relação de precedência entre o item fonte e os demais itens derivados – entretanto, no entanto (que), portanto e contanto que. O corpus utilizado foi obtido a partir de um conjunto de gêneros textuais diversos – como cartas, diários, anúncios, notícias, peças teatrais, discursos etc. –, que mostraram diferentes esquemas de junção. Todos os textos são datados dos séculos XVIII e XIX, com produção predominante no estado de São Paulo e extraídos de duas grandes fontes: do corpus do PHPP (Projeto para a História do Português Paulista) e da Biblioteca Brasiliana (USP). Partindo de propostos funcionalistas que tratam de juntores, entendidos como itens que exprimem alguma relação de sentido, além de ligar sintaticamente orações ou porções textuais maiores (TRAUGOTT; DASHER, 2002; HOPPER; TRAUGOTT, 2003; BLÜHDORN, 2006; NEVES, 2011), analisamos a transição categorial e a abstratização de significado sofridas por cada um dos juntores em questão. Para avaliação de aspectos formais, utilizamos uma série de parâmetros que permitiram averiguar uma maior/menor prototipicidade dos diferentes juntores; quanto à relação de sentido expressa, nos apoiamos no mapeamento da derivação semântica (KORMTANN, 1997) para descrever os diferentes padrões funcionais de cada juntor e, sobretudo, para identificar os diferentes tipos de contextos que condicionaram a emergência de novas relações de sentido, semânticas e pragmáticas. Por meio da análise das ocorrências, pudemos constatar que entretanto, no entanto, portanto e contanto que percorreram a trajetória juntor [- prototípico] > juntor [+ prototípico], permeando mudanças semânticas condicionadas por relações polissêmicas do tipo TEMPO > CONTRASTE; CAUSA > CONCLUSÃO; CONTRASTE > CONDIÇÃO, respectivamente, corroboradas pelos diferentes tipos de contexto em que tais juntores eram empregados.