Impacto da radioiodoterapia precoce versus tardia na evolução de pacientes com carcinoma papilífero de tireoide de risco de recorrência intermediário a alto: estudo de coorte retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Karoline Lopes [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/261023
Resumo: Introdução: O carcinoma papilífero de tireoide (CPT) vem apresentando aumento de incidência e, embora evolua com baixa mortalidade, cursa com persistência/recorrência em número considerável de casos. Os benefícios da radioiodoterapia (RIT) após realização da tireoidectomia total (TT) são bem documentados, e tem suas indicações definidas. Porém, ainda não está claro se o momento da administração da primeira RIT pós-TT tem impacto na evolução dos pacientes, e não há recomendações definitivas nas principais diretrizes atuais sobre o tempo ideal para administração de RIT após a cirurgia. Objetivos: Avaliar, em pacientes com CPT de risco de recorrência (RR) intermediário ou alto, tratados com TT e RIT, se o tempo entre essas duas abordagens terapêuticas influencia no desfecho dos casos. Metodologia: Trata-se de estudo de coorte retrospectivo, no qual foram avaliados 163 pacientes com CPT de RR intermediário ou alto, submetidos à terapia TT + RIT, acompanhados em um hospital terciário do sudeste do Brasil. Os pacientes foram categorizados em dois grupos com base no intervalo entre TT e RIT, sendo um grupo precoce (intervalo < 4 meses, n = 59) e um grupo tardio (intervalo ≥ 4 meses, n = 104). A principal variável de interesse foi o intervalo de tempo entre a TT e a RIT. O principal desfecho considerado foi a presença de resposta terapêutica excelente em 1 ano após o tratamento inicial. Também foram considerados: presença de resposta incompleta em algum momento entre 1 ano após RIT e a última avaliação ambulatorial, tempo de sobrevida livre da doença, além da resposta à terapia excelente na última avaliação do paciente. Análises univariadas e multivariadas foram realizadas para identificar fatores associados aos desfechos. Resultados: Não foram observadas diferenças entre os grupos < e ≥4 meses com relação aos desfechos resposta terapêutica excelente em 1 ano [24 (40,7%) versus (vs) 50 (48,1%); p=0,3619], resposta incompleta em algum momento entre 1 ano após RIT e a última avaliação [20 (33,8%) vs 35 (33,6%); p=0,97], tempo de sobrevida livre da doença (34,03±48,63 vs 51,33±55,92 meses; p=0,076) ou resposta excelente à terapia na última avaliação [36 (61,0%) vs 60 (57,7%); p=0,6784]. Resultados semelhantes foram observados após análise de subgrupo de casos com RR intermediário ou alto. As curvas de Kaplan-Meier também não mostraram diferenças estatisticamente significativas (p> 0,05). A presença de tireoidite de Hashimoto [odds ratio (OR)= 0,292; intervalo de confiança 95% (IC95%): 0,105 – 0,808; p= 0,0178] e os níveis de primeira tireoglobulina estimulada (OR= 0,987; IC95%: 0,975 – 0,999; p= 0,0332), de forma negativa, e a ausência de metástases linfonodais ao diagnóstico (OR= 4,566; IC95%: 1,868 – 11,162; p= 0,0009), de forma positiva, foram preditores de resposta terapêutica excelente em 1 ano. A presença de metástases linfonodais ao diagnóstico foi preditora de resposta incompleta durante o seguimento (OR= 3,222; IC95%: 1,193 – 8,702; p= 0,021), assim como a dose acumulada de RIT (OR= 1,014; IC95%: 1,004 – 1,025; p= 0,0064). Por sua vez, resposta excelente em 1 ano (OR= 6,676; IC95%: 2,115 – 21,071; p= 0,0012) e ausência de resposta incompleta durante o seguimento (OR= 0,147; IC95%: 0,045 – 0,477; p= 0,0014) foram preditoras de resposta excelente na última consulta. Conclusão: Neste estudo com pacientes com CPT de risco intermediário ou alto, tratados com tireoidectomia total e radioiodoterapia, o tempo entre essas duas abordagens terapêuticas não influenciou na evolução dos casos.