Níveis de carboidratos e lipídios em dietas para juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum): variáveis produtivas, fisiológicas e turnover isotópico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sandre, Lidiane Cristina Gonçalves de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/134355
Resumo: O tambaqui Colossoma macropomum é o peixe nativo brasileiro mais produzido na aquicultura continental de água doce. No entanto, pouco ainda se sabe sobre as exigências qualitativas e quantitativas de nutrientes das espécies nativas utilizadas na aquicultura. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o potencial de utilização de lipídios e carboidratos em dietas para juvenis de tambaqui, por meio de análise do desempenho produtivo, da composição corporal, do metabolismo energético e do turnover isotópico dos nutrientes no músculo, no fígado e na gordura visceral. Na fase pré-experimental, foram utilizados 3.600 juvenis de tambaqui que receberam uma dieta baseada em plantas do ciclo fotossintético C3 por um período de 70 dias, para que os tecidos corporais expressassem a composição isotópica semelhante ao da dieta ofertada. Após esse período, 1080 peixes (com peso aproximado de 10 g) foram distribuídos aleatoriamente em 24 tanques e alimentados com a dieta baseada em plantas do ciclo fotossintético C4, durante 120 dias. O experimento foi realizado com seis tratamentos e quatro repetições em esquema fatorial 3 x 2 constituído por três níveis de extrativo não nitrogenado (41, 46 e 51% ENN) e dois teores de extrato etéreo (4 e 8% EE). O maior nível de inclusão de ENN (51%) causou redução no consumo e, consequentemente, no crescimento dos animais. O incremento no teor de EE para 8% aumentou a deposição de gordura corporal, reduziu os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e da energia, elevou os triglicerídeos séricos e também a gordura do fígado e músculo. Houve efeito poupador de proteína para o crescimento nos tambaquis alimentados com 46% de ENN, uma vez que apresentaram melhores resultados para ganho em peso, taxa de eficiência proteica, eficiência de retenção de proteína bruta e participação da proteína bruta no ganho em peso. O período de experimentação de 120 dias foi suficiente para refletir a composição isotópica das dietas e, pelo δ13C, o músculo foi o tecido que mais evidenciou as diferenças entre as dietas, com o turnover isotópico mais acelerado em animais que receberam as dietas com menores teores de carboidrato (41 e 46%) e lipídios (4%). Para o deutério, os valores isotópicos permitiram a projeção do turnover exponencial e as taxas foram mais aceleradas no fígado e gordura visceral, para as dietas contendo maiores teores de carboidrato e/ ou lipídios. Desta forma, pode-se afirmar que o tambaqui utiliza tão bem os lipídios como os carboidratos para maximização do aproveitamento de proteína. Os resultados indicam que o melhor balanceamento entre os níveis de ENN e EE dietético foi 46% e 4%, respectivamente, sem prejudicar o crescimento e evitar acúmulo excessivo de gordura em juvenis de tambaqui.