Nicho Isotópico da Lontra-neotropical, Lontra longicaudis (Carnivora, Mustelidae), em Diferentes Sistemas Aquáticos no Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carrasco, Thayara Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8737
Resumo: A lontra-neotropical, Lontra longicaudis, é um carnívoro mustelídeo de hábito semiaquático. Embora tipicamente de água doce, a espécie tem sido registrada em ambientes com influência marinha, como praias costeiras, pequenas ilhas e estuários. Dado o exposto, a hipótese do presente estudo é que o nicho isotópico da lontra-neotropical é mais amplo em uma ilha costeira (Ilha de Santa Catarina - RS) e em uma bacia hidrográfica composta por uma série de ambientes límnicos e um estuário (Bacia do Rio Tramandaí - RS), devido à maior contribuição marinha, em comparação com uma região de banhado (Banhado do Taim – RS). Para testar esta hipótese, foram analisadas as razões isotópicas de carbono (δ13C) e nitrogênio (δ15N) em amostras de dentina de dentes da lontra-neotropical provenientes destas três regiões. Além disso, para avaliar possíveis vieses nas análises isotópicas, avaliaram-se os efeitos da acidificação em amostras de dentina. A acidificação não afetou os valores isotópicos de carbono da dentina da lontra-neotropical, considerando-se assim, um passo desnecessário para a análise de isótopos estáveis em dentes de mamíferos carnívoros. O nicho isotópico de lontras de diferentes regiões indicou uma similaridade no uso de recursos e habitat. No entanto, o nicho isotópico foi mais amplo em lontras da Ilha de Santa Catarina, seguido do Banhado do Taim e da Bacia do Rio Tramandaí. Os resultados revelaram uma baixa contribuição marinha na dieta de alguns indivíduos da Ilha de Santa Catarina e do Banhado do Taim. Portanto, conclui-se que as lontras da ilha de Santa Catarina e Banhado do Taim utilizam principalmente ambientes de água doce como áreas de forrageamento. As lontras da Bacia do Rio Tramandaí, por outro lado, usam apenas ambientes de água doce para forragear. As diferenças encontradas entre animais de diferentes regiões provavelmente estão relacionadas a um conjunto de fatores, como características do ambiente e oportunidade ecológica.