Estimativa da taxa de turnover e fator de discriminação isotópico em espécies de quelônios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Consolmagno, Luiza Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-11102018-114205/
Resumo: A utilização de traçadores como os isótopos estáveis de carbono e nitrogênio, é crescente e complementa as técnicas convencionais nos estudos referentes à dieta em animais silvestres. Isso é possível pois o valor isotópico dos itens utilizados na alimentação é refletido nos tecidos. A diferença isotópica resultante chamada de fator de discriminação ou fracionamento, está associada aos processos metabólicos necessários para que ocorra a incorporação de nutrientes. O estudo teve como objetivo medir o tempo de incorporação dos isótopos no plasma e nas células sanguíneas, componentes de \"tecido\" não mortal reamostrável, e determinar o fator de discriminação em cinco espécies de quelônios de água doce: Podocnemis expansa (tartaruga-da-Amazônia), Podocnemis unifilis (tracajá), Phrynops geofroanus (cágado-de-barbicha), Trachemys scripta (tartaruga-de-orelha-vermelha) e Trachemys dorbigni (tigre-d\'água). Os animais foram mantidos em cativeiro e as diferenças isotópicas dos 10 indivíduos adultos de cada espécie, foram medidas a partir da troca de dietas com valores isotópicos distintos. Com a mudança da dieta, o turnover do carbono e nitrogênio foram estimados entre 7 e 185 dias por meio de regressão exponencial não linear, quando os novos fatores de fracionamento foram estimados. O tempo de turnover para as espécies de quelônios variou de 72 a 337 dias para o carbono, e de 29 a 270 dias para o nitrogênio no plasma. Nas células sanguíneas o turnover variou de 3 a 373 dias para o carbono, e de 51 a 216 dias para o nitrogênio. Os fatores de discriminação que eram em média próximos a zero para o carbono, e entre 3-4‰ para o nitrogênio, variaram de 1,01 a 3,28‰ para o 13C e -0,76 a 0,49‰ para o 15N no plasma, e de 1,49 a 3,98‰ para o 13C e 0,99‰ a 4,69 para o 15N nas células sanguíneas, com a diminuição de 3,7‰ e aumento de 6,2‰, respectivamente para carbono e nitrogênio, na nova dieta. A diferença encontrada entre os fatores de discriminação calculados anteriormente a troca da dieta e após a troca, mostraram que provavelmente a incorporação dos isótopos estáveis se dá de forma heterogênea nos tecidos. De acordo com a literatura foi possível analisar que fatores como a memória isotópica, as rotas metabólicas e elementos característicos dos répteis possivelmente estão ligados ao turnover mais lento, diferente dos animais endotérmicos em que esse processo é mais rápido.