Guimarães Rosa à luz de uma transposição cinematográfica

• Ano de defesa: 2011
• Autor(a) principal: Leite, Tamiris Batista [UNESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Rosa, João Guimarães, 1908-1967 - Sagarana - Crítica e interpretação; Thiago, Paulo - Sagarana, o duelo - Crítica e interpretação; Literatura brasileira - História e crítica; Contos brasileiros - História e crítica; Cinema e literatura; Tansposição cinematográfica; Literature; Cinema; Transposition
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/99109

O objetivo principal deste trabalho de pesquisa é o estudo comparativo entre a obra de João Guimarães Rosa, focalizando Sagarana (1946), na qual está contida a narrativa ―Duelo‖, e a produção fílmica de Paulo Thiago, Sagarana, o duelo (1974), com o intuito de mostrar as ―transposições‖, no sentido usado por STAM (2008), que o cineasta realiza em seu filme, de elementos ficcionais e compositivos constantes nas obras rosianas. Efetuamos a análise da estruturação de tais textos em seus diferentes aspectos; o estudo das relações que podem ser estabelecidas entre a obra e o filme; a caracterização dos personagens no filme em relação à obra da qual foram retirados, conforme as múltiplas relações que se estabelecem nas narrativas. Buscamos mostrar que há elementos comuns e diferenciados entre o conto e o filme que nele se baseou livremente. Que essas diferenças dizem respeito a todos os aspectos de ambas as obras e que a adaptação livre sugere ser um dos melhores caminhos para os cineastas fazerem de seus filmes obras com validade estética independente do texto que as motivaram. E que, no caso de Sagarana, o duelo, as diversas transposições encobrem sentidos ideológicos que também são destacados na pesquisa. Valemo-nos de teóricos da narrativa como Claude Brémond (1971; 1972) e Gerard Genette (1979), e de estudiosos do cinema como Marcel Martin (2007), Jacques Aumont (1995), Robert Stam (2008), Linda Seger (2007) e Linda Hutcheon (2011). Partimos também de alguns pressupostos: a ficcionalidade como valor estético; a consciência construtiva cultivada rigorosamente por Guimarães Rosa e perceptível nas opções feitas por Paulo Thiago; a ficção como mediadora de verdades ou realidades mentais e sociais construídas historicamente. Apoiamo-nos também em algumas suposições sugeridas pela crítica, dentre as quais as elaboradas por Antonio Candido (1964)