Recriação camponesa e o agronegócio do dendê no Nordeste Paraense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sousa, Rafael Benevides de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29156
Resumo: Esta tese é o resultado de uma pesquisa pelo agrário do nordeste paraense, mais precisamente nos municípios de Acará, Bujaru e Concórdia do Pará. A questão central que trazemos para o debate está alicerçada na problematização vislumbrada na expansão do agronegócio do dendê nessa parte da Amazônia, que tem sido o reflexo da produção de óleo de palma, direcionada para a industrialização alimentar e dos agrocombustíveis. Assim, o objetivo desse trabalho, delineou-se com o intuito de compreender a recriação camponesa (campesinização), contraditoriamente, à expansão dessa agricultura capitalista. A campesinização evidenciada nos exemplos empíricos observados em campo, tem-se dado pelo cotidiano familiar, na organização política dos camponeses e na apropriação das sutilezas de exploração do capital, esse último visualizado no processo de integração à cadeia produtiva da oleaginosa e pelo assalariamento nos campos do dendê. Destacamos assim, uma recriação camponesa por dentro e por fora das relações capitalistas de produção, engendrando uma composição territorial a partir das estratégias de sobrevivência e das possibilidades de reprodução social da família. Como recorte teórico-conceitual e metodológico, seguimos a vertente de autores que compreendem a recriação camponesa nas linhas referenciais do desenvolvimento desigual e combinado, que concebem na contradição do capitalismo a recriação camponesa. O debate empírico foi possível a partir de um longo processo de pesquisa de campo por nove comunidades rurais que se encontram nos limites territoriais dos municípios citados anteriormente. A partir da captura dos dados – preferencialmente – qualitativos, desdobramos o debate sobre as permanências e mudanças no modo de vida desses camponeses que como a pesquisa tem evidenciado, recriam-se na contradição do desenvolvimento das relações de produção capitalistas.