Efeitos de um Programa de Intervenção Terapêutico Educativo para mães de bebês com indicadores clínicos de saúde emocional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Campos, Bárbara Camila de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192790
Resumo: Atualmente os estudos sobre as alterações de saúde emocional decorrente do pós-parto, desde a epidemiologia, tratamento e seus efeitos sobre mãe e criança vêm sendo foco de pesquisas. As intervenções psicológicas, com foco no período pós-parto, podem ser um meio eficaz de reduzir o risco de desenvolver transtornos mentais mais graves, como uma opção de tratamento eficaz. Este trabalho pretendeu avaliar os efeitos de um programa de intervenção psicoterapêutica e educativa pós-natal, com foco na saúde emocional materna. As ações foram divididas em três estudos: o Estudo1: Saúde emocional de mães de bebês: fatores de risco associados as variáveis sociodemográficas, descritivo; o Estudo 2: Elaboração e implementação de um Programa de Intervenção Terapêutico Educativo para mães de bebês com indicadores clínicos emocionais, um relato de experiencia e o Estudo 3: Efeitos de uma intervenção em grupo considerando os indicadores clínicos emocionais de mães de bebês, sobre os efeitos da intervenção. O Estudo 1 teve como objetivo identificar associações entre as variações emocionais e variáveis sociodemográficas. A amostra foi composta por 353 mulheres aos três meses do pós-parto, que frequentavam atendimento para acompanhamento de desenvolvimento de seus bebês em duas instituições do interior de São Paulo, que responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EDPE), inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), o Índice de Stress Parental (PSI) e a Escala de Estresse Percebido (PSS-10). Os resultados obtidos apontaram que mães do primeiro bebê tinham 0,18 vezes mais chances de apresentarem risco para sintomas de ansiedade no IDATE (estado). Para a dimensão Ansiedade traço a menor condição socioeconômica relacionou-se com 1,821 a mais chances de risco. Para a depressão pós-parto, avaliados pela EPDS, a ausência de planejamento da gestação foi identificada como uma variável que aumenta em 8,62 vezes a chance de risco. O Estudo 2 teve como objetivo elaborar, implementar e avaliar um procedimento de intervenção terapêutica em grupo. Participaram do grupo de intervenção 49 mães com pelo menos um indicador clínico para saúde emocional. Para a avaliação qualitativa foram elaborados e aplicados os Questionários de avaliação do encontro anterior e o Questionário de avaliação das condições gerais da intervenção. O grupo terapêutico consistiu em cinco sessões semanais com 70 minutos cada, divididas em duas partes: Direcionamento da atenção ao momento presente e Psicoeducação e Análise em grupo, liderado por duas facilitadoras com os seguintes temáticas: questões psicofisiológicas; saúde emocional materna; papéis sociais da mulher; recuperando a identidade e relação mãe-bebê. A análise dos relatos gerou quatro eixos: estabelecimento de rede espaço de apoio; Aprendizados a partir do grupo; pontos a melhorar no grupo e sugestões. O Estudo 3 teve como objetivo descrever e comparar resultados obtidos em dois grupos de mulheres com indicadores clínicos para saúde emocional, um exposto a um protocolo de intervenção em grupo e outro não. Inicialmente 112 mulheres foram convidadas para participar da intervenção. Destas, 68 passaram por todas as etapas da intervenção (grupo experimental) e 44 compuseram o grupo controle. As participantes do grupo experimental foram reavaliadas ao final dos encontros e todas foram reavaliadas aos 9 meses do pós-parto, com os mesmos instrumentos de saúde emocional. As características do grupo terapêutico são as mesmas descritas no Estudo2. As análises estatísticas dos dados dos instrumentos indicaram uma distribuição normal e foram utilizados testes paramétricos. Os resultados da primeira avaliação indicaram diferenças significativas entre o grupo experimental e o controle na EPDS e na dimensão disfuncionalidade na interação mãe-filho (IC) do PSI. Para a comparação entre os grupos aos 9 meses observou-se diferenças significativas na EPDS, na dimensão Estado do IDATE e em duas dimensões do PSI, angústia dos pais (AP) e disfuncionalidade na interação mãe-filho, indicando o efeito positivo da intervenção em grupo. A avaliação do grupo de mães que passaram por intervenção, utilizando a ANOVA identificou diferenças estatisticamente significativas na pontuação na EPDS da primeira para a segunda e terceira avaliação, na dimensão Estado do IDATE. Houve diferença intergrupo e, para o Traço entre a primeira e segunda aplicação. O domínio angústia dos pais (AP) do PSI também teve diferença entre as médias entre as duas primeiras avaliações. Para a percepção do stress (PSS) as médias da primeira avaliação também eram maiores quando comparadas com o segundo e terceiro momento. No grupo controle, a comparação indicou diferença estatisticamente significativas em relação as duas avaliações deste grupo para o estado no IDATE, com diminuição da média na segunda avaliação e no do estresse pelo PSS, com aumento da média no momento da reavaliação. Os resultados relativos ao efeito da intervenção na redução dos sintomas descritos foram significativos para esse tipo de terapia, contribuindo para o aumento das evidências e a importância da oferta de atendimento a essa população.