Associação entre depressão puerperal e confiança materna em mulheres com histórico de depressão na gravidez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Arante, Flavia Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-25102017-095819/
Resumo: INTRODUÇÃO: As mães deprimidas apresentam redução do contato afetivo e dificuldade em expressar sentimentos positivos pelo bebê. O objetivo do presente estudo é avaliar a associação entre depressão pós-parto (DPP) e confiança materna baixa (CMB) em mulheres com histórico de depressão na gravidez prévia. METODOLOGIA: Estudo transversal, realizado entre junho de 2013 a maio de 2015, a partir de dados coletados entre 6 e 9 meses após o parto de 344 puérperas que já haviam participado de ensaio de comunidade (PROGRAVIDA). A Confiança Materna foi avaliada por meio do Questionário de Confiança Parental (MCQ) e as informações sócio-demográficas, socioeconômicas e de saúde das participantes foram avaliadas por meio de questionário estruturado. A DPP foi avaliada por meio do \"Patient Health Questionnaire\" (PHQ-9). A razão de prevalência (RP), não ajustada e ajustada, e o IC 95% foram calculados usando regressão de Poisson com variância robusta. Foram usados 3 modelos: no modelo bruto (modelo 1) foi estimada a RP entre DPP e CMB levando em conta a randomização das participantes no ensaio de comunidade. No modelo multivariado foram estimadas as RP entre DPP e CMB ajustadas por variáveis sócio-demográficas (escolaridade, renda familiar mensal em tercis, etnia e estado civil) (modelo 2) e por características maternas (idade materna, número de filhos e gravidez planejada (modelo 3). A análise estatística foi realizada com uso do programa STATA 12 e o nível de significância estatística foi considerado igual ou inferior a 5%. RESULTADOS: Na análise univariada, a prevalência de CMB em mulheres com depressão moderada/grave é 36% maior na comparação com mulheres sem depressão. Mulheres com 3 ou mais filhos apresentaram menor prevalência de CMB na comparação com mulheres com apenas 1 filho (RP: 0,76, IC 95% 0,58:0,99). Na análise multivariada, a associação entre CMB e DPP na forma moderada/grave se manteve após ajustes para possíveis variáveis confundidoras (socioeconômicas e características maternas). A estimativa da associação bruta entre CMB e depressão moderada/grave não se modificou significativamente após ajustes, mostrando que puérperas com depressão moderada/grave apresentaram aumento do risco de CMB de 42% (RP 1,42, IC95% 1,14:1,77). DISCUSSÃO: No presente estudo, as mulheres com sintomas depressivos moderados/graves apresentaram aumento no risco de CMB em comparação com mulheres sem sintomas depressivos. Por outro lado, CMB não se associou com DPP na forma leve. Esses resultados corroboram evidências da literatura que afirmam que a DPP pode perturbar a expressão da confiança e as práticas de cuidado materna. Os resultados reforçam a importância da avaliação do sentimento de confiança materna no primeiro ano de vida da criança, particularmente nas mulheres com formas mais graves de depressão