A influência da amamentação no desenvolvimento emocional infantil: as percepções das mães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pedro, Carina Camilo Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-23072019-160508/
Resumo: Introdução: A amamentação pode influenciar no desenvolvimento emocional da criança pela intensa interação mãe-bebê. A interação intensa e contínua durante o ato de amamentar favorece o vínculo afetivo e pode tornar a criança mais autoconfiante, competente socialmente e cooperativa em seus relacionamentos interpessoais. Assim, conhecer as percepções das mães sobre a influência da amamentação no desenvolvimento emocional de seus filhos pode fornecer subsídios para intervenções de enfermagem que promovam o aleitamento materno e o desenvolvimento emocional das crianças. Elegeu-se como referencial teórico As Necessidades Essenciais das Crianças: o que toda criança precisa para crescer, aprender e se desenvolver. Objetivo: Descrever as percepções das mães a respeito da influência da amamentação no desenvolvimento emocional infantil. Método: Estudo qualitativo, de caráter exploratório e descritivo, com dois grupos focais com duas reuniões consecutivas cada, realizados no ambulatório do Centro Assistencial Cruz de Malta, São Paulo (SP), no período de setembro e outubro de 2017. Os critérios de inclusão foram: mulheres maiores de 18 anos, mães, com interesse em amamentação e desenvolvimento infantil. Os critérios de exclusão foram: mulheres que tiveram alguma complicação ou patologia durante a gestação, mães de crianças com problemas de saúde que dificultaram ou impediram a amamentação. As mães foram convidadas de quatro formas: presencialmente pelas pesquisadoras, antes ou após consultas de enfermagem de puericultura no ambulatório e nos horários de saída das crianças da creche do Centro Assistencial, telefonemas e mensagens de texto, estímulo imediatamente antes do início das reuniões para as mães que se encontravam em um dos serviços do Centro Assistencial, divulgação das próprias mães participantes. Participaram 13 mulheres, com idade de 18 a 43 anos, que amamentaram, amamentavam ou que possuíam forte desejo de amamentar. Nas reuniões, as mulheres foram convidadas a narrarem suas histórias pessoais sobre o aleitamento materno, sua interação com o bebê, como reconhecem o desenvolvimento emocional de seus filhos e as suas influências. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EEUSP. Resultados: Após análise dos dados, emergiram onze temas, compreendidos dentro de quatro categorias. As categorias foram: Conhecimentos e Percepções Maternas com temas Influência da Amamentação no Desenvolvimento Físico Infantil e Influência da Amamentação no Desenvolvimento Emocional Infantil; Elementos gerais do processo de amametar com temas Favoráveis: Apoio e Estímulo e Desfavoráveis: Censura à Amamentação em Público e Desfavoráveis: Angústia no Retorno ao Trabalho; Experiências Maternas com temas Dificuldades do Processo de Amamentar e Capacidade de Resiliência; Impacto das Orientações com temas Orientações que Incentivam e Apoiam a Amamentação, Orientações que Prejudicam a Amamentação, Falta de Orientações e Consequências e Relevância do Compartilhamento. Conclusão: Apesar das mães conhecerem sobre o desenvolvimento físico e motor, desconheciam o desenvolvimento emocional infantil e como a amamentação o influencia, mesmo afirmando que é importante para o estabelecimento de vínculo entre mãe e filho. Foram ressaltados elementos favoráveis e desfavoráveis para a prática da amamentação. Assim, valorizar o impacto da amamentação no desenvolvimento da criança pode se tornar outra estratégia de promoção ao aleitamento materno. As instituições e os profissionais devem estar melhor preparados para lidar com o desenvolvimento infantil de forma integral e abrangente, considerando que as emoções e o afeto são base para o desenvolvimento cognitivo e físico. Este trabalho contribui para evidenciar que profissionais, no atendimento de crianças e famílias, devem considerar suas necessidades essenciais, e compreender que as mães estão mobilizadas e sensibilizadas para promoverem o desenvolvimento emocional das crianças, inclusive amamentando.