Treinamento perceptivo-auditivo online para classificação da hipernasalidade de fala na fissura labiopalatina por graduandos em fonoaudiologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Manicardi, Flora Taube [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/259143
Resumo: Introdução: A avaliação perceptivo-auditiva é considerada padrão-ouro para identificar a hipernasalidade. O treinamento perceptivo-auditivo pode reduzir o impacto dos fatores internos e externos nos avaliadores; porém, estudos envolvendo ouvintes sem experiência apresentam resultados inconsistentes. Assim, há necessidade de propor estratégias de treinamento efetivas. Objetivo: Desenvolver um treinamento perceptivo-auditivo gradual e online para classificação da hipernasalidade de fala e verificar se o treinamento melhora a classificação da hipernasalidade por graduandos em Fonoaudiologia. Método: Trinta participantes foram divididos em 5 grupos, cada um com níveis distintos de treinamento. Eles classificaram 24 amostras de fala em três momentos: análise inicial (antes do treinamento), imediata (imediatamente após treinamento) e tardia (após um mês), utilizando a escala de quatro pontos. A interpretação dos resultados foi feita através da comparação da porcentagem de respostas corretas em relação à avaliação padrão-ouro. Aplicaram-se testes estatísticos: Kolmogorov-Smirnov, Friedman, Wilcoxon, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney para verificar as hipóteses do estudo, considerando o nível de significância de 10% para as análises. Resultados: Ao analisar a porcentagem média de acertos em cada grupo, observou-se aumento imediatamente após treinamento em todos os grupos, com significância para G3, análise inicial (p=0,101). Ao analisar cada grau separadamente, houve diferença significativa para G2, grau ausente (p=0,058) e G3, grau moderado (p=0,041). Entre os grupos, não houve diferença significativa nas análises após treinamento. Embora com aumento nos valores após treinamento imediato (G1=2,1%, G2=7,6%, G3=5,6%, G4=4,2% e G5=2,8%) e tardio (G2=3,5%, G3=1,4%, G4=3,5% e G5=2,1%), em relação a análise inicial, a diferença entre os tempos (imediato/inicial; tardio/inicial; tardio/imediato) não foi significativa. No grau ausente, houve aumento após treinamento imediato em G2 (27,8%), G4 (5,6%) e G5 (25%) e diminuição em G1 (-5,6%) e G3 (-2,8%), com significância entre os grupos. Para os graus leve, moderado e grave, não houve diferença significativa. Ao verificar influência das alterações de fala coexistentes, observou-se que não houve diferença significativa nas análises realizadas em amostras tanto com quanto sem essas alterações para nenhum grupo. No entanto, houve diferença significativa (p=0,030) entre os grupos nas amostras com alterações de fala coexistentes. Por fim, ao comparar as análises entre as condições sem versus com alterações de fala coexistentes, foi observada maior porcentagem de acertos nas condições sem alterações, em relação às com alterações, com diferenças significativas nas análises inicial: G1 (p=0,046), G2 (p=0,027) e G3 (p=0,028); imediata: G2 (p=0,046), G3 (p=0,046), G4 (p=0,028) e G5 (p=0,028) e tardia: todos os grupos, G1 (p=0,046), G2 (p=0,066), G3 (p=0,046), G4 (p=0,028) e G5 (p=0,028). Conclusão: O treinamento perceptivo-auditivo para a classificação da hipernasalidade foi desenvolvido a partir da seleção de amostras de fala analisadas por fonoaudiólogas experientes (padrão-ouro). A elaboração do treinamento incluiu cinco níveis graduais e foi realizado online. As classificações foram realizadas em três tempos: antes do treinamento, imediatamente e um mês após treinamento. Apesar do rigor metodológico, o treinamento não resultou em melhora significativa na classificação dos graus de hipernasalidade pelos graduandos. No entanto, o estudo revelou que a presença de alterações de fala coexistentes influenciou diretamente nessa classificação.