Medidas de nasalância da fala de crianças com fissura lábio-palatina e sua correlação com o julgamento perceptivo-auditivo da nasalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silva, Luciana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-20062007-093520/
Resumo: Este estudo teve como objetivo correlacionar medidas de nasalância e nasalidade da fala de 79 crianças de ambos os sexos, com idades entre 4 e 9 anos (média 6,5 anos), falantes do Português brasileiro, com fissura unilateral de lábio e palato operada, operadas do palato entre 12 e 18 meses de idade. Todas as crianças já apresentavam avaliação perceptivo-auditiva da nasalidade, avaliação nasométrica e gravação de áudio realizadas previamente realizadas no (HRAC-USP). Das gravações de áudio pré-existentes foram selecionadas para este estudo as palavras: \"papai\" e \"bebê\", e as sentenças \"Papai pediu pipoca\" e o \"O bebê babou\". Apesar de já existir no prontuário de cada criança uma avaliação perceptivo-auditiva indicando que as mesmas apresentavam hipernasalidade em grau leve, moderado ou severo, as amostras deste estudo, gravadas simultaneamente à nasometria, foram novamente julgadas por três fonoaudiólogas experientes. Para o julgamento perceptivo as fonoaudiólogas deveriam classificar a nasalidade por meio de uma escala de 4 pontos (1 = nasalidade normal, 2 = hipernasalidade leve, 3 = hipernasalidade moderada e 4 = hipernasalidade severa). Os valores atribuídos aos julgamentos obtidos pelas três fonoaudiólogas variaram de 1,0 a 3,3, tanto para as palavras como para as sentenças. Considerando o valor de corte de 1,5 para o julgamento perceptivo da nasalidade, 50 (63%) das crianças tiveram médias iguais ou abaixo de 1,5 e 29 (37%) tiveram médias acima deste valor, para o julgamento da palavra \"papai\". Para \"bebê\", 46 (58%) tiveram médias iguais ou abaixo de 1,5 e 33 (42%) médias acima deste valor. Para a frase \"Papai pediu pipoca\" 42 (53%) tiveram médias iguais ou abaixo de 1,5 e 37 (47%) tiveram médias acima deste valor. Para a frase \"O bebê babou\" 43 (54%) dos indivíduos tiveram médias iguais ou abaixo de 1,5 e 36 (46%) médias acima deste valor. Os resultados ainda evidenciaram uma sensibilidade de 44% do nasômetro em identificar hipernasalidade para a palavra \"papai\", de 23% para a palavra \"bebê\", de 45% para a frase \"Papai pediu pipoca\" e de 30% para a frase o \"O bebê babou\". Quanto à especificidade, foram encontrados os resultados de 70% para \"papai\", 93% para \"bebê\" , 81% para \"Papai pediu pipoca\" e 92% para \"O bebê babou\". Os valores médios de nasalância obtidos neste estudo foram: 24% para a palavra \"papai\", 39% para bebê, 32% para \"Papai pediu pipoca\" e 39% para \"O bebê babou\". Concluímos com nosso estudo que a correlação entre nasalância e nasalidade em uma amostra de crianças com ressonância de fala variando entre normal e hipernasal leve é baixa, principalmente quando se utiliza estímulos de fala curtos com predomínio de uma única consoante. Sugerimos que estudos futuros que tenham como objetivo correlacionar nasalância e nasalidade utilizem estímulos de fala mais longos, com diferentes contextos fonéticos. Além disso, o controle de variáveis que possam influenciar no julgamento perceptivo auditivo da nasalidade como ronco nasal, emissão de ar nasal, presença de articulações compensatórias deveriam ser consideradas. Sugerimos ainda, que o valor de corte seja estabelecido para cada amostra de indivíduos, pois o que pode ser bom para uma amostra, pode não ser bom para outra.