Cadernos íntimos diários publicados: um estudo das práticas da escrita de diários, no âmbito das práticas sociais disseminadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Brito, Ingrid Zacarelli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/90123
Resumo: A pesquisa aqui apresentada é parte integrante do Projeto intitulado A aventura da escrita: práticas, saberes e cenários que visa a aprofundar os estudos do ato de escrever na perspectiva de sua permanente metamorfose e da metamorfose de quem escreve e/ou lê, fundada na autonarração e autointerpretação que podem ser lidas [e interpretadas], também nos diários, escritos por pessoas comuns. Nesta pesquisa, focamos como objeto de estudo o diário situando-o entre as práticas da escrita disseminadas. A pesquisa embasa-se em estudos de diários publicados, escritos em sua maioria por mulheres. Cadernos aparentemente íntimos e secretos, editados e transformados em livros. Trata-se, como bem apresenta Nora Catelli, de uma dupla marginalidade muito atraente. Segundo a autora, ―el diario íntimo de mujer sería, sin duda, el lugar de escritura más cercano a la verdad existencial de lo diferente” (2007, p.45). Há duas questões que mobilizam as discussões sobre os diários publicados: uma enunciada pelo pesquisador francês Philippe Lejeune (2008, p.260) - ―quando se lê ‗o mesmo texto‘ impresso em um livro, será de fato o mesmo?‖ e a outra elaborada por Laura Freixas (1996, p.11) - ―¿Son verdaderamente diários íntimos?‖ Pesa sobre essas questões a apreensão do diário enquanto uma prática cultural ordinária e do livro enquanto um objeto cultural que instaura uma ordem. Segundo o historiador Roger Chartier, os autores não escrevem livros: eles escrevem textos que se tornam objetos escritos, manuscritos, gravados, impressos (1994, p.17). Daí que soa estranho o termo livro-diário. Enquanto livros, eles se apresentam como qualquer outro livro: capa, título, prefácio, apresentação, índice... Enquanto diário: o que há nesses livros? O texto é o mesmo? A intimidade composta é a mesma?...