Cadáveres de gatos quimicamente preparados e embalados a vácuo visando ao ensino da cirurgia veterinária: efeito na biomecânica da pele e jejuno e avaliação microbiológica

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Queiroz, Andréa Barros Piazzon de Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Anatomia; Sais de cura; Conservação; Cultura microbiológica
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193426

O uso de animais em pesquisa e atividades de ensino sofreu mudança após o decreto da lei Arouca em 2008. Assim, faz-se necessário a busca de métodos alternativos ao uso de animais vivos que não tragam prejuízo acadêmico ou científico, visando uso racional e bem-estar dos animais previstos em lei. Existem diversas substâncias utilizadas para a conservação de cadáveres, dentre elas, a glicerina, álcool etílico, fenol e formaldeído. Objetivou-se, com este trabalho, determinar o efeito biomecânico, na pele e jejuno, de cadáveres de gatos submetidos à fixação com álcool etílico e sal de cura, embalados à vácuo, visando a prática da cirurgia veterinária, além de obter a avaliação microbiológica durante o processo. Foram quantificadas as alterações na resistência cutânea, medida em Newtons durante o teste de tração, nos momentos zero (previamente à fixação), 30, 60, 90 e 120 dias de conservação a vácuo, além do efeito agudo, por 7 dias seguidos, após a fixação. Os outliers foram removidos e os dados foram analisados pelo teste de Cramer-Von Mises. Em seguida, foram realizados os testes ANOVA e Tukey (5%). A força máxima de ruptura (FMR) e o alongamento da ruptura (AR) das amostras controle da pele e do jejuno foram 294,14N, 9,84mm, 28,05N e 4,84mm e, durante a conservação, 215,10N e 7,93mm, 24,94N e 5,62 mm (30 dias), 268,41N e 7,70mm, 25,71N e 4,42mm (60 dias), 197,75N e 7,80mm, 25,46N e 5,50mm (90 dias), 209,14N e 7,81mm, 25,18N e 5,20mm (120 dias), respectivamente. A FMR da pele foi diferente do controle em todos os momentos, com exceção de D60 que foi similar ao controle. O AR foi diferente em todos os momentos em relação ao controle. A FMR do jejuno (p = 0,8394) não apresentou diferença entre o controle e os momentos de conservação. O AR foi diferente do controle apenas no momento D60 (p=0,0087). A população microbiana não excedeu 4,0x102 UFC / mL no total de bactérias aeróbicas e 8,8x102 UFC/mL no total de bactérias anaeróbicas; 25% das amostras não apresentaram contaminação. No efeito agudo da conservação, a análise de tração das amostras foi realizada durante sete dias consecutivos. No último dia, foram escolhidos três cadáveres ao acaso e o líquido presente nos sacos plásticos foi analisado microbiologicamente. A FMR da pele e jejuno das amostras controle foram 344,27N e 23,39N e, durante a conservação, D1 266,95N e 24,31N, D2 269,48N e 24,56N, D3 237,48N e 27,60N, D4 337,77N e 20,08N, D5 241,78N e 23,35N, D6 292,18 e 19,67N, D7 249,70 e 21,08, respectivamente. Na FMR da pele os momentos D1 e D2 foram similares ao controle, o mesmo ocorreu com o AR. A FMR do jejuno nos momentos D2, D4 e D6 foi similar ao controle, enquanto o AR foi similar ao controle nos momentos D2 e D6. A população microbiana não excedeu 6,0x104 CFU/mL no total de bactérias aeróbicas e 4,8x104 CFU/mL no total de bactéria anaeróbicas. A biomecânica não foi significativamente afetada e a contagem microbiológica foi baixa durante a conservação, demonstrando a eficácia dessa técnica anatômica no treinamento cirúrgico.