Avaliação da polarização de macrófagos em coculturas com células de Schwann infectadas pelo Mycobacterium leprae.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carra, Bruna Beatriz Gimenez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/164790
Resumo: A infecção pelo Mycobacterium leprae (ML) estimula um processo de desdiferenciação e proliferação das células de Schwann (SCs) que pode contribuir para a disseminação do bacilo. Os macrófagos (MOs) são células efetoras da resposta imune que promovem a eliminação de patógenos, entretanto, na hanseníase são colonizados pelo ML. Sabe-se que os MOs podem apresentar uma polarização funcional na qual os MOs M1 apresentam características pró-inflamatórias e microbicidas enquanto os MOs M2 atuam na reparação tecidual e possuem perfil anti-inflamatório. SCs infectadas pelo ML produzem mediadores capazes de interferir com a função dos MOs aumentando sua sobrevida e promovendo sua migração. Embora diferentes programas funcionais tenham sido observados em MOs de pacientes com formas polares da hanseníase a influência de SCs nesse processo não é sabida. Neste estudo avaliamos se SCs infectadas pelo ML podem interferir na polarização de MOs murinos derivados de medula óssea. Para tanto, culturas primárias de SCs murinas foram infectadas experimentalmente com bacilos viáveis e cocultivadas com MOs. Nossos resultados indicam que a produção de óxido nítrico foi baixa nas culturas de MOs após a infecção com o bacilo, mas mostrou-se aumentada nas coculturas de MOs e SCs infectadas pelo ML. A infecção com ML não induziu produção significante das citocinas IL-6, IL-10 e TNF em culturas de MOs e SCs, entretanto, a interação entre MOs e SCs infectadas com o bacilo resultou em aumento na produção de citocinas, especialmente IL-10, o que levou a uma diminuição na razão TNF/IL-10. Aliado a isso, verificamos diminuição na expressão de marcadores M1 (CD86 e iNOS) e aumento na expressão do marcador CD206 característico de MOs com perfil M2. Em conclusão, a infecção de SCs pelo ML é capaz de interferir com a polarização funcional de MOs levando a diferenciação de um perfil M2-like por induzir a ocorrência de um ambiente anti-inflamatório.