Estudo do efeito anti-apoptótico do Mycobacterium leprae em células de Schwann Humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Rodrigues, Luciana Silva
Orientador(a): Pessolani, Maria Cristina Vidal
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36062
Resumo: A Hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae, apresenta como sintoma clínico mais relevante lesões no sistema nervoso periférico. As estratégias utilizadas pelo M. leprae para infectar e se multiplicar nas células de Schwann (CS) são, contudo, pouco conhecidas. Neste trabalho investigamos a capacidade do M. leprae de proteger a célula hospedeira da morte, à semelhança do observado na literatura com outros patógenos intracelulares. Para tal, CS humanas da linhagem ST88-14 foram infectadas ou não com a bactéria foram tratadas com meio RPMI sem soro para induzir a apoptose e a viabilidade celular foi avaliada por dois métodos: i) capacidade celular de excluir o corante Azul de Tripan e ii) coloração com diacetato de fluoresceína e brometo de etídio. Após 48h de incubação, verificamos que somente 50% das células não infectadas permaneciam viáveis frente a 70 a 100% de proteção observada nas culturas infectadas. M. leprae foi capaz de proteger as CS da morte de maneira dose-dependente (1 a 50 bactérias/célula). A redução de células apoptóticas também foi observada pela marcação celular com DiOC6 através de Citometria de Fluxo. Em outra abordagem de nosso trabalho, demonstramos a participação de NF-kB na proteção de morte de CS pelo M. leprae com a utilização do inibidor SN50, específico para este fator transcricional Em seguida demonstramos que fatores solúveis secretados pela célula infectada estão envolvidos na proteção, visto que o meio condicionado proveniente de culturas infectadas também promoveu a sobrevivência de CS. Um possível candidato para esta ação protetora da bactéria poderia ser o fator de crescimento semelhante à Insulina-I (IGF-I). Confirmamos, então, a capacidade de M. leprae induzir a expressão de IGF-I em CS através da técnica de RT-PCR. Também demonstramos que IGF-I (50ng/mL) adicionado às culturas foi capaz de proteger as CS ST 88-14 de morte, possivelmente mediado pelo seu receptor (IGF-IR) cuja detecção foi observada através de Western blot e Citometria de Fluxo. Nossos dados sugerem uma importante estratégia para colonização bem sucedida do nervo pelo M. leprae, baseada na indução da expressão de IGF e conseqüente proteção da CS da morte.